Mineração de criptomoedas tem causado falta de placas de vídeo para gamers

Tradicionalmente, o mercado das placas de vídeo sempre teve como seu maior público os gamers. No entanto, a popularidade das criptomoedas, capitaneada principalmente pelo ano de crescimento recorde da Bitcoin, trouxe um cenário novo. Tem faltado placas de vídeo no mercado, e o preço das disponíveis vem subindo. Tudo isso porque a demanda por placas […]

Tradicionalmente, o mercado das placas de vídeo sempre teve como seu maior público os gamers. No entanto, a popularidade das criptomoedas, capitaneada principalmente pelo ano de crescimento recorde da Bitcoin, trouxe um cenário novo. Tem faltado placas de vídeo no mercado, e o preço das disponíveis vem subindo. Tudo isso porque a demanda por placas de vídeo para a mineração de criptomoedas que não a Bitcoin cresceu bastante.

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A falta de placas de vídeo acontece porque as topos de linha são a melhor maneira de minerar, entre outras criptomoedas, a Ethereum. Porém, recentemente, a comunidade de mineradores tem descoberto que determinadas placas que não as tradicionalmente usadas na mineração, com algumas alterações, podiam fazer bem o trabalho. O crescimento recente vertiginoso do valor dessas moedas se traduziu, então, em uma comunidade em amplo crescimento de mineradores, tirando os produtos das prateleiras e aumentando o preço das que restaram. O que tem, naturalmente, revoltado alguns gamers.

As placas de vídeos voltadas para games são relevantes para mineração, pois elas contam com uma arquitetura que facilita fazer cálculos em paralelo. Isso coloca este tipo de periférico em vantagem, comparada com CPUs tradicionais, ao tentar computar os hashes, que possibilitam as operações de blockchain.

“Não vejo a hora do crash das criptomoedas”, escreveu um usuário no subreddit PCGaming há alguns dias. Aqui no Brasil, esta publicação de junho do ano passado nos fóruns do Adrenaline já trazia queixas do fenômeno. Jared Walton, jornalista da PC Gamer, resumiu a situação: “É um momento terrível para comprar uma placa de vídeo”. E a tendência é que isso continue enquanto as criptomoedas gozarem da popularidade e do crescimento que começou no ano passado.

O gráfico abaixo, feito pelo Ars Technica com dados da PC Part Picker, ajuda a ilustrar a tendência dos últimos meses nos Estados Unidos.

Ars Technica conta que a maioria das pessoas com quem falou começaram a minerar na metade do ano passado, época em que os preços das placas de vídeo começaram a disparar. “Muitas criptomoedas começaram a subir em valor, e um amigo próximo meu disse que estava construindo uma plataforma de criptomoedas. Quando comecei a falar mais com ele sobre isso, comecei a ficar bastante interessado. Decidi que também vou construir uma dessas”, relata Matthew Freilich, profissional de segurança em TI na Filadélfia.

A mineração de criptomoedas normalmente envolve um aumento no nível de dificuldade conforme mais pessoas entram no campo e disputam a criação de um bloco de uma moeda. O boom das criptomoedas, portanto, atrai cada vez mais potenciais mineradores, e os que já conseguiam fazer a mineração com determinada placa de vídeo veem sua eficácia cair. Esse processo faz com que sejam necessárias placas cada vez mais potentes, reforçando o ciclo de aumento de preços que começou na metade do ano passado.

A solução de momento para quem se vê preso à sua máquina gamer atual, com dificuldades de melhorá-la pelos altos preços, é esperar pacientemente e, como o usuário do Reddit citado acima, torcer pelo crash das criptomoedas. Quando menos sites de revenda de placas de vídeo usadas já começam a trazer preços superiores aos originais sugeridos pelas fabricantes, você sabe que a situação está relativamente longe de se resolver.

[Ars Technica]

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