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Missão da NASA mapeia mais de 50 super emissores de metano; veja onde

O metano é um poderoso gás de efeito estufa, mais potente que o CO2. Restringir essas emissões pode frear mudanças climáticas

Missão da NASA mapeia mais de 50 super emissores de metano; veja onde

Imagem: Unsplash/Reprodução

A NASA fez um levantamento que identificou mais de 50 locais pelo mundo classificados como “super emissores” de metano – um perigoso gás de efeito estufa, dezenas de vezes mais potente que o dióxido de carbono.

Os dados foram coletados por meio do telescópio EMIT (sigla em inglês para “Investigação da Fonte de Poeira Mineral da Superfície da Terra”), instalado em julho na parte externa da Estação Espacial Internacional (ISS) e que está apontado na direção da Terra.

Apesar de o principal objetivo da missão ser investigar a origem da poeira mineral e como ela afeta o clima do planeta, o telescópio também se mostrou eficiente para detectar a presença de metano.

Segundo a agência espacial, os 50 locais com altas taxas de emissão de gás de efeito estufa estão localizados na Ásia Central, Oriente Médio e no sudoeste dos Estados Unidos. A NASA explica que essas emissões são provenientes de instalações, equipamentos e outras infraestruturas, normalmente ligados aos setores de combustíveis fósseis, resíduos ou agricultura.

Andrew Thorpe, tecnólogo de pesquisa do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), da NASA, afirma que, em apenas três meses em órbita, o EMIT já observou grandes plumas (ou nuvens) de metano, algumas delas estando entre as maiores já vistas até então. “O que encontramos em pouco tempo já supera nossas expectativas”, ressalta Thorpe.

Pluma de metano sendo emitida na cidade de Carlsbad, nos EUA, a uma taxa de 18,3 mil kg por hora. Imagem: NASA/Divulgação

É o caso, por exemplo, de uma pluma de cerca de 3,3 quilômetros de comprimento a sudeste da cidade de Carlsbad, no estado do Novo México, nos EUA. No local está instalado um dos maiores campos petrolíferos do mundo.

No Turcomenistão, na Ásia Central, foram identificadas 12 plumas a leste da cidade portuária de Hazar, no Mar Cáspio – onde também fica uma infraestrutura de produção de petróleo e gás. Diante das forças dos ventos, algumas dessas plumas se estendem por mais de 32 quilômetros.

Já no Irã, uma pluma com pelo menos 4,8 quilômetros de comprimento, foi vista ao sul da capital Teerã. Neste caso, o metano vem de um grande complexo de processamento de resíduos, com o gás sendo emitido a partir da decomposição de aterros sanitários.

Pluma de metano vista sobre Turcomenistão a uma taxa de 50,4 mil kg por hora. Imagem: NASA/Divulgação

Somente nesses três locais, a NASA estimou uma emissão de mais de 77 mil kg de metano por hora – sendo que mais da metade desse total vem do Turcomenistão (com 50 mil kg).

Inclusive, este país da Ásia Central está emitindo a mesma quantidade de metano do que um vazamento massivo que ocorreu em 2015, em Aliso Canyon, na Califórnia – um dos piores desastres ambientais da história dos EUA.

“Restringir as emissões de metano é a chave para limitar o aquecimento global. Este novo desenvolvimento empolgante não apenas ajudará os pesquisadores a identificar melhor de onde vêm os vazamentos de metano, mas também fornecerá informações sobre como eles podem ser resolvidos – rapidamente”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson.

Pluma de metano ao sul de Teerã, Irã, com emissão de 8,5 mil kg por hora. Imagem: NASA/Divulgação

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