MIT desenvolve bateria mais barata e rápida sem íon de lítio

Bateria mais barata do instituto norte-americano é composta por eletrodos de alumínio e enxofre e eletrólito de sal fundido, o que garante segurança e durabilidade. Saiba mais detalhes desse projeto
MIT desenvolve bateria mais barata e rápida sem íon de lítio
Imagem: Rebecca Miller/MIT Press/Divulgação

O MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, está desenvolvendo uma bateria inovadora que promete ser mais barata, mais segura e, o mais importante, carregar mais rápido que qualquer outra. 

A diferença está nos materiais. A bateria do MIT tem eletrodos de alumínio e enxofre – elementos baratos e abundantes na natureza. As extremidades transportam corrente para o circuito através de um eletrólito de sal fundido. O resultado está em artigo publicado na revista Nature na semana passada. 

Os materiais utilizados são alumínio, enxofre e sal fundido — uma combinação que serve de alternativa ao íon de lítio, o material mais usado em baterias hoje. Além de ser caro e complexo para encontrar, esse elemento é volumoso e perde a eficácia relativamente rápido. Além disso, tende a pegar fogo e polui o meio ambiente. 

“Eu queria inventar algo que fosse muito melhor que baterias de íons de lítio para armazenamento de pequena escala e usos automotivos”, afirmou o professor do Instituto, Donald Sadoway, que lidera a pesquisa, ao MIT News.  

A segurança é um fator importante: por causa dos materiais, nenhum dos materiais da bateria pega fogo a temperaturas menores de 130ºC – ao contrário do íon de lítio.

Carregamento mais rápido 

Nos testes feitos até agora, a bateria foi capaz de carregar totalmente em menos de um minuto. A taxa de carga, porém, depende da temperatura: a bateria precisa estar a 110ºC para atingir essa velocidade. Quando em 25ºC, carrega 25 vezes mais devagar.

Além disso, a bateria não precisa de nenhuma fonte de calor externa para manter a temperatura operacional. O calor é produzido naturalmente, a partir da carga e descarga. “À medida que carrega, gera calor e isso evita que os sais congelem”, esclareceu Sadoway. 

Outra vantagem: economia. O preço de cada célula corresponde a um sexto das células de íons de lítio, por exemplo. 

Quando pronta, a bateria deve ter capacidade para alimentar uma casa ou pequena e média empresa. Outra funcionalidade possível é no carregamento de veículos elétricos, especialmente para carregá-los mais rápido. 

Ainda em teste

A nova tecnologia é a base para a empresa spin off Avanti, que licenciou as patentes do sistema. A meta, agora, é demonstrar que a bateria funciona em escala. 

Depois, começam os testes de estresse – a bateria passa por centenas de ciclos de carregamento para analisar seu comportamento e duração. Mas não se engane: esse processo deve levar anos. 

Ainda assim, tem futuro. Além do MIT, a pesquisa já incluiu membros da China (universidades de Pequim, Yunnan e Wuhan), do Canadá (Universidade de Waterloo) e instituições de outros estados norte-americanos, como a Universidade de Louisville (Kentucky) e Laboratório Nacional de Oak Ridge (Tennessee). 

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Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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