Ciência

Moléculas dançantes em nanofibras sintéticas curam danos na cartilagem

Em poucas horas, o tratamento ativa expressões genéticas que contribuem no crescimento da cartilagem, sendo eficaz no tratamento de artrose
Imagem: Northwestern University/Divulgação

Cientistas americanos de Illinois (EUA) podem revolucionar a medicina regenerativa com uma nova técnica graças a “moléculas dançantes” que cura danos na cartilagem.

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O nome pode parecer bobo, mas o mesmo não pode ser dito do processo e, sobretudo, o potencial de curar doenças que afetam as articulações.

As “moléculas dançantes” são uma nova terapia que intensifica o movimento molecular de nanofibras para regenerar a cartilagem.

Em poucas horas, o tratamento ativa expressões genéticas que contribuem no crescimento da cartilagem, sendo eficaz no tratamento de artrose, conforme estudo publicado na sexta-feira (26), pela Northwestern University, em Evanston, Illinois.

Samuel I. Stupp, da Northwestern, especialista em nanomedicina e líder do estudo, afirma que quando os pesquisadores observaram o efeito dessas “moléculas dinâmicas, todos nós percebemos o potencial para além de lesões da medula”.

Processo de criação

Os cientistas transformam a proteína TGFB1 – crucial para o desenvolvimento de cartilagem – desenvolvendo um peptídeo circular que imita a função dessa proteína. 

Assim, eles integraram esse peptídeo em duas moléculas diferentes que formaram polímeros supramoleculares. Em suma, um polímero permitia mais movimento molecular, enquanto o outro restringia o movimento.

Os pesquisadores compararam esses sistemas antagônicos, descobrindo que o polímero com maior movimento tinha mais resultados em ativar o receptor da TGFB1.

Assim surgiu a nanofibra das “moléculas dançantes”, que, após três dias, foram mais eficazes que a proteína natural na produção de colágeno Tipo II.

“Agora, vemos efeitos similares nas células de cartilagem e neurônios, o que sugere uma ampla aplicabilidade entre vários tecidos”, diz o pesquisador.

Portanto, Stupp e sua equipe sugerem que as “moléculas dançantes” podem facilitar a regeneração de tecidos duráveis.

As “moléculas dançantes” conseguem replicar a matriz extracelular natural, interagindo de maneira efetiva com receptores celulares móveis ao ajustar seu movimento.

“Ao induzir o movimento nas nossas moléculas, otimizamos suas interações com os receptores”.

Agora, os pesquisadores testam as moléculas dançantes em modelos de células animais, incorporando sinais adicionais, para desenvolver terapias extremamente bioativas.

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Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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