Motor de foguete coreano falha e decolagem em Alcântara é adiada pela terceira vez

Startup Innospace quer testar em Alcântara motor de foguete com capacidade para colocar em órbita satélites de 50 kg
Motor de foguete coreano falha e decolagem em Alcântara é adiada
Imagem: FAB/Divulgação

A AEB (Agência Espacial Brasileira) adiou o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TV, que sairia do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. A decolagem estava prevista para a manhã da última quarta-feira (21), mas foi abortada após uma falha técnica no sistema de acionamento do motor do foguete.

Segundo a agência, o problema não gerou incidentes, e as equipes sendo desmobilizadas com segurança. Ainda não há uma data divulgada para uma nova tentativa de lançamento.

O foguete foi desenvolvido pela startup Innospace, com sede em Sejong, a menos de três horas da capital Seul. A decolagem faz parte de um acordo tecnológico entre a empresa sul-coreana e a FAB (Força Aérea Brasileira) para o uso da base em Alcântara para o lançamento de foguetes privados.

Inicialmente, o foguete com 16,3 metros de altura seria lançado na última segunda-feira (19), porém, ele foi adiado por conta de uma previsão de chuva e ventos fortes na região. No dia seguinte, um novo adiamento foi necessário para que os engenheiros da Innospace fizessem inspeções em uma válvula do foguete.

Após o terceiro adiamento, a startup pretende analisar os dados coletados, antes de definir junto ao DCTA (Departamento Brasileiro de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) uma data para uma nova tentativa.

Apesar do revés, Carlos Moura, atual presidente da AEB, minimizou a falha, dizendo que ela é uma oportunidade de aprendizado. “A astronáutica é plena de desafios, e seus avanços ocorrem graças ao obstinado trabalho de profissionais dedicados e instituições que se superam. Cada operação de lançamento nos ensina muito sobre equipamentos, procedimentos operacionais, segurança e desempenho”, disse Moura, em comunicado.

A missão – batizada como “Astrolábio” – tem o objetivo de testar em um voo suborbital o motor do foguete HANBIT-Nano, que terá capacidade para colocar em órbita satélites de até 50 kg. Além disso, o foguete coreano transporta o Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), uma carga útil desenvolvida por instituições brasileiras e que deverá ser usado futuramente no Veículo Lançador de Microssatélites (VLM).

Além do HANBIT-TLV e do HANBIT-Nano, é esperado que também seja lançado a partir do Brasil o foguete HANBIT-Micro – um lançador de 150 kg de carga útil. O acordo de parceria tecnológica entre os dois países foi assinado em abril e tem vigência de 48 meses. Além disso, há um contrato para uso comercial da base de Alcântara por cinco anos.

No vídeo abaixo, é possível ver o processo de montagem do foguete em solo brasileiro:

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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