Um motorista do Uber nos Estados Unidos será julgado por ter sequestrado e por supostamente ter tentado abusar de uma passageira no começo do ano passado. Na ocasião, ele aproveitou que a vítima havia dormido em seu carro para alterar o destino da viagem – segundo ele, o objetivo era aumentar a tarifa da corrida.
O caso aconteceu no dia 21 de fevereiro de 2018 e, de acordo com um comunicado do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o motorista Harbir Parmar, de 25 anos, pegou a vítima em Manhattan, em Nova York, às 23h30.
A passageira acabou dormindo no assento traseiro do carro e, neste momento, o motorista pegou o celular da mulher para alterar o destino da viagem para Boston, a quase 320 quilômetros de distância do destino original, White Plains.
Quando a vítima acordou, o carro estava em Connecticut e o motorista estava no banco de trás com a mão de baixo de sua camiseta, conforme o depoimento obtido pelo pessoal do Register. O motorista pegou o celular dela enquanto ela tentava pedir ajuda e voltou para a direção.
A vítima ainda pediu para que o motorista a deixasse em casa ou na delegacia mais próxima, mas ele negou. A mulher foi deixada em uma rua de Branford, em Connecticut, perto das 2h da manhã. Ela memorizou a placa do carro e foi até uma loja de conveniência onde conseguiu pedir para que chamassem um táxi – sua casa estava a cerca de 95 quilômetros de distância.
No dia seguinte, a vítima ligou para a Uber para reclamar. Ela ficou sabendo que Parmar completou a viagem para Massachusetts e tentou cobrar US$ 1.047,55 pela corrida. O motorista alegou ainda que a vítima havia passado mal em seu carro e solicitou a cobrança da taxa de limpeza.
O FBI localizou a placa do carro que havia sido memorizada pela vítima. A partir dos registros de histórico de localização do celular e do app do motorista, os investigadores confirmaram os relatos da mulher.
Em julho de 2018, Parmar admitiu para os investigadores que ele alterou o destino da corrida naquela noite e disse ainda que já havia feito isso em pelo menos outras 11 ocasiões entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2018 – isso o rendeu cerca de US$ 3.600.
Parmar irá a julgamento em junho de 2019, acusado de sequestro – que tem como pena máxima prisão perpetua – e fraude eletrônica – que pode render até 20 anos de prisão.
Em comunicado ao Register, a Uber disse que “assim que souberam do caso, removeram o acesso do motorista ao aplicativo” e que “uma situação como essa é horrível, que nenhuma pessoa deveria passar”.