Sete meses depois da primeira versão, Motorola lança Moto Razr com 5G e câmera melhor
Sete meses depois de lançar uma versão dobrável do Razr clássico para competir com a Samsung e seu Galaxy Fold, a Motorola está de volta com uma nova atualização para o aparelho. O novo modelo tem especificações melhores, design refinado e suporte ao 5G, agora custando um pouco menos que o dispositivo original. Isso é algo que definitivamente não me incomodaria, se eu tivesse comprado o primeiro em fevereiro.
Não entendo quase nada sobre a forma como a Motorola está lançando o novo Razr, mas tudo sobre ele parece atraente. Em uma apresentação online para a imprensa que pude assistir, a companhia destacou alguns dos novos recursos – o mais notável deles é a adição do 5G. A empresa teve que trabalhar no quesito engenharia para adicionar antenas compatíveis nos lados do telefone sem aumentar seu tamanho. Além disso, também ampliou a capacidade da bateria, saindo de 2.510 mAh para 2.800 mAh para compensar o modem 5G que consome muita energia.
O design do novo Razr foi refinado para ser mais durável e útil. A Motorola fez alguns ajustes na dobradiça de aço inoxidável e trouxe a tela com mais firmeza para ficar mais próxima das placas de suporte de metal. Com isso, a estrutura ficou mais… suave, porém o painel ainda é o mesmo POLED laminado de cinco camadas usado no modelo de primeira geração. No vídeo que assisti, o telefone parecia abrir e fechar rapidamente sem os rangidos de alguns experientes na versão antiga, mas como eu não vi nem usei o aparelho pessoalmente, pode ter sido apenas um truque de vídeo. A Motorola também moveu o sensor de impressão digital para a parte de trás, o que faz mais sentido com seu design mais compacto, permitindo que o “queixo” do dispositivo fique mais fundo.
Um dos melhores recursos do Razr é o display QuickView touchscreen de 2,7 polegadas, que permite que você interaja com o telefone sem abri-lo. E Motorola melhorou o componente nesta nova versão: agora você pode deslizar sobre ele para acessar rapidamente coisas como a câmera, contatos, aplicativos e a tela inicial. Também é compatível com aplicativos como Google Maps e Spotify, para que você não precise abrir o telefone para obter instruções ou controlar a reprodução de música. Apenas oito apps são otimizados para essa tela, mas você pode escolher adicionar qualquer ferramenta que quiser ao painel de aplicativos. Eles só não ficam distribuídos de uma maneira visualmente agradável ao tentar usá-los no visor QuickView.
O sensor de impressão digital foi movido para a parte traseira, permitindo um design mais compacto na parte frontal. Imagem: Motorola
Além de uma bateria mais robusta, a Motorola atualizou outros componentes internos do novo Razer. O processador agora é um Qualcomm Snapdragon 765G, que é uma versão abaixo do carro-chefe Snapdragon 765, mas ainda é melhor do que o Snapdragon 710 do primeiro Razr. A câmera externa ganhou uma lente de 48 megapixels que oferece opções mais criativas para fotografar, como exibir um desenho animado na tela QuickView para fazer os ícones darem risada. A mesma câmera também oferece suporte a selfies em grupo, modo de retrato e um recurso de cor especial para destacar as imagens em preto e branco. E embora você use principalmente essa lente externa, uma câmera frontal interna de 20 megapixels ainda permite que você faça videochamadas com o dispositivo completamente aberto.
O que tudo isso quer dizer? Que o novo Razr soa melhor do que o antigo. Quando uma caixa com o logotipo do Razr da Motorola apareceu na minha porta na semana passada, fiquei curioso para testar essa segunda versão do smartphone dobrável da fabricante. Experimentei o Razr original em um evento em Los Angeles no ano passado e, embora houvesse problemas para resolver, tinha grandes esperanças quanto ao aparelho. Pelo menos a Motorola está fazendo algo um pouco diferente e, como a maioria de nós, não sou imune à nostalgia dos eletrônicos da minha juventude. Eu adoro um Razr. A Motorola havia prometido algumas “lembrancinhas” para usar enquanto assistia ao evento para a imprensa, e talvez eu tenha presídio que uma das lembranças guardadas dentro dessa caixa seria o novo celular.
O visor do novo Razr é feito do mesmo OLED de plástico do modelo anterior, mas parece bom. Imagem: Motorola
Mas então abri a caixa. No lugar onde o Razr poderia estar posicionado estava uma pilha de cartões informativos sobre o dispositivo, destacando suas características. Pensei “Hum, ok”, levantando os cartões para ver se havia um telefone escondido embaixo de algum lugar. Encontrei um pacote de baterias, um cordão de luzes e um caderno de capa dura cheio de páginas em branco, precedidas de um código QR. Então, deduzi que pudesse ser uma caça ao tesouro, usando meu smartphone para ler o QR Code.
O código me levou a uma lista de reprodução de vídeos do YouTube, que fornecia instruções sobre como fazer um suporte de telefone para o Razr e origami (daí o caderno em branco). Mas não havia celular algum.
Nunca haveria um smartphone. A equipe da Motorola me disse que não cederá o novo Razer para testes, apesar de todos os seus novos recursos promissores. Em vez disso, eles me enviaram uma caixa muito grande com quase nada (embora eu tenha esquecido de mencionar os ursinhos de goma de champanhe incluídos, algo que nunca vou recusar). Isso me faz pensar se o novo Razr, que parece ser um bom dispositivo dobrável, não é na verdade um bom produto dobrável.
Normalmente eu não presumiria isso, mas devido aos problemas que a Motorola teve com o lançamento do Razr original em fevereiro (poucas lojas pareciam ter o telefone em estoque e o lançamento foi extremamente confuso para um dispositivo topo de linha), não posso dizer se a Motorola é ruim em capitalizar sobre o hype em torno do Razr ou se o Razr simplesmente não é tudo aquilo que promete.
Estou convencido de que a Motorola não sabe quem é o público alvo para o Razr. O evento de lançamento do ano passado foi direcionado a influenciadores, que posaram com o telefone, mas quase certamente não gastaram US$ 1.500 dos próprios bolsos para comprá-lo. O evento de lançamento do novo Razr foi composto quase que inteiramente por um “curta-metragem” (um comercial) com Julia Garner (uma atriz que eu amo) saindo do trabalho para dançar pelo deserto. O Razr fez algumas aparições, cada uma mais perplexa do que a anterior: Garner colocou o celular em sua bota para usar o vinil brilhante para esfregar a tela de plástico. Depois, ela e outras modelos colocaram um Razr nas orelhas e o fecharam com muita raiva. No final do vídeo, Garner faz uma ligação no Razr e sai dirigindo.
A atriz Julia Garner na campanha promocional do Moto Razr 5G. Imagem: Motorola
A Motorola parece querer vender o Razr para influencers do Instagram e aqueles que os seguem. Mas as pessoas que vão realmente comprar um telefone dobrável caro são as primeiras a adotar a tecnologia com algum dinheiro extra. Elas querem ler uma resenha (de preferência em seu site favorito, o gizmodo.com.br) para descobrir se a tela vai rachar, se a dobradiça fica suja de poeira e para de dobrar, ou se a câmera ficou abaixo das expectativas. Já os influenciadores? É quase certo que ainda estejam usando seus iPhones.
O novo Razr custa US$ 1.400 – US$ 100 a menos que o modelo de primeira geração, que, como mencionei anteriormente, foi lançado há apenas sete meses. Nos Estados Unidos, estará disponível para compra e desbloqueado na Motorola, Best Buy, B&H Photo e Amazon em algum momento no último trimestre deste ano. Você também pode comprar pela AT&T e T-Mobile, o que é ótimo! O original era exclusivo da Verizon, o que não faz absolutamente nenhum sentido.
Quando o Razr dobrável foi lançado no início deste ano, os leitores procuraram compartilhar suas histórias de uso do dispositivo (ou tentativa de compra na loja) comigo. Alguns ficaram satisfeitos, outros relataram falhas e uma parcela contou o pior: telas quebradas. Outros ainda planejavam comprar o aparelho, mas não conseguiram encontrá-lo em estoque em lugar nenhum.
Você comprou o primeiro Razr dobrável no início deste ano? Gostou? Se não, você pretende comprar a nova versão? Deixe um comentário abaixo.