O pior está chegando: 2 bilhões de pessoas terão 29 graus de temperatura média, diz estudo

Equipe de pesquisadores liderada pela Universidade de Cambridge lista os principais fatores de risco ligados as mudanças climáticas; veja quais são
Mudanças climáticas - Temperatura média de 29 ºC deve atingir 2 bilhões de pessoas até 2070
Imagem: Eelco Böhtlingk/Unsplash/Reprodução

Um estudo liderado pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, listou uma série de motivos pelos quais a humanidade deve olhar atentamente para as mudanças climáticas. De acordo com os cientistas, podemos estar caminhando para um colapso global sustentado por guerras, fome e desigualdade.

O artigo publicado na revista PNAS reforça que, caso o mundo siga na trajetória atual, haverá um aumento médio da temperatura entre 2,1°C e 3,9°C até 2100. Por outro lado, se as nações implementarem as mudanças prometidas até 2030, o aumento pode ser de 1,9 °C a 3,0 °C até o final do século. 

O número não deixa de ser preocupante. Como foi explicado no estudo, temperaturas de mais de 2°C acima dos valores pré-industriais não foram sustentadas na superfície da Terra desde antes do Pleistoceno, há 2,6 milhões de anos.

Simulações feitas pela equipe de pesquisadores sugerem que, até 2070, 2 bilhões de pessoas viverão em áreas com temperatura média superior a 29 ºC – considerado calor extremo. Hoje, apenas 30 milhões de pessoas vivem em tais condições no Saara e na Costa do Golfo. 

Riscos das mudanças climáticas

As mudanças climáticas estavam presentes em todos os eventos de extinção em massa pelos quais a Terra já passou. Além disso, o clima foi responsável por derrubar civilizações inteiras, como ocorreu durante o Império maia. 

Pensando em tais fatores, os pesquisadores listaram alguns motivos principais para se preocupar com o potencial colapso causado pelo clima. Para começar, as sociedades humanas estão localmente adaptadas a nichos climáticos específicos. Por exemplo: conseguimos produzir comida porque as temperaturas atuais permitem o crescimento de determinados grãos. Caso não haja adaptação, mais pessoas passarão fome.

As mudanças climáticas também aumentam o risco de doenças infecciosas. As áreas de cultivo estão cada vez mais próximas de regiões florestais, permitindo o contato entre humanos e animais. Os seres de vida selvagem, por sua vez, podem hospedar patógenos que apresentam riscos à saúde das pessoas. 

Tensões entre potências também podem ocorrer devido as alterações do clima. Danos econômicos, perda de terra, insegurança hídrica e alimentar são alguns dos fatores que podem levar a falhas no sistema e, consequentemente, guerras. Vale dizer que as comunidades mais vulneráveis do globo continuarão sendo as mais atingidas, reforçando as desigualdades.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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