Todas as plantas ameaçadas de extinção nos Estados Unidos e indicadas pela Lei de Espécies Ameaçadas (ESA, na sigla em inglês) são sensíveis às mudanças climáticas. Porém, há poucas iniciativas em andamento para garantir a recuperação dessas espécies.
A conclusão é de uma equipe de pesquisadores da Pennsylvania State University, nos EUA, que publicaram um estudo com suas descobertas na última quarta (26), na revista científica PLOS Climate.
A ESA é uma lei norte-americana de 1973 que fornece um programa para a conservação de espécies em risco de extinção e seus habitats. As agências que implementam a ESA são o FWS (Serviço de Pesca e Vida Selvagem) e a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica). Há mais de 1,3 mil espécies de plantas e animais listadas na ESA – e você pode conferi-las aqui.
Os pesquisadores da Pennsylvania State University afirmam que não se avaliou sistematicamente, em mais de uma década, o risco que as mudanças climáticas representam para as plantas listadas na ESA – como para a espécie Erigeron decumbens, que você vê na foto que abre este texto. Então, eles resolveram trabalhar nesta lacuna.
Como foi o estudo
A equipe analisou 771 espécies de plantas adaptando as ferramentas de avaliação que geralmente se usa para examinar a ameaça da mudança climática para animais. Eles avaliaram uma série de “fatores de sensibilidade”, relacionados à tolerância das plantinhas a variações de temperatura e umidade, por exemplo.
Os pesquisadores descobriram que todas as espécies de plantas na ESA estão pelo menos ligeiramente ameaçadas pelas mudanças climáticas. E, embora a maioria da documentação relativa a estas espécies reconheça este perigo, há poucas ações diretas para garantir a recuperação destas plantas.
Iniciativas para mitigação
A equipe listou iniciativas que estão em andamento em diferentes regiões dos EUA. Elas incluem o monitoramento contínuo das condições ambientais; a conservação de material reprodutivo e recursos genéticos; bem como o plantio de espécies em potenciais refúgios climáticos.
“Embora reconhecer a ameaça que a mudança climática representa para as plantas raras seja um primeiro passo importante,” escrevem os cientistas. “Será necessário tomar medidas diretas para garantir a recuperação de muitas dessas espécies”, concluem.