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Mudanças climáticas: cientistas temem liberação de bactérias presas no gelo

Pesquisadores identificaram quase 1.000 espécies de bactérias presas no gelo do planalto tibetano, sendo que 98% delas são desconhecidas por cientistas

Mudanças climáticas

Imagem: Tom Tor/Unsplash/Reprodução

Cerca de 10% da superfície terrestre é coberta por gelo. O planalto tibetano, na Ásia Oriental, abriga a maior área de geleiras de baixa latitude. Porém, todo o território congelado está suscetível ao avanço das mudanças climáticas. 

O aumento das temperaturas não é perigoso apenas para espécies que habitam esses locais. Cientistas temem que o derretimento de geleiras libere bactérias desconhecidas no ambiente, que poderiam causar danos à saúde humana. A preocupação foi relatada em artigo publicado na revista Nature Biotechnology.

Pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências coletaram amostras de neve e gelo de 21 geleiras tibetanas entre os anos de 2010 e 2016. Depois, derreteram as porções e analisaram a água, descobrindo um mundo microscópico inteiramente novo. 

Foram identificadas 968 espécies de bactérias, das quais 98% nunca haviam sido vistas antes. Por serem desconhecidas, os cientistas não sabem se elas apresentam risco de infecção para humanos e animais. 

De toda forma, o gelo deve derreter como consequência das mudanças climáticas, pegando carona nas águas de rios e lagos e chegando em áreas povoadas. As geleiras do Tibete, por exemplo, podem afetar regiões da China e da Índia. Se os humanos não tiverem resistência a tais bactérias do passado, há risco de surgimento de epidemias e até pandemias. 

Mas o tempo ainda não se esgotou. Os pesquisadores sugerem que estudos acerca desses novos micróbios sejam iniciados imediatamente. A ciência deve manter as bactérias no radar, entendendo o nível de ameaça e se preparando para possíveis impactos.

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