A história de Juanita, a adolescente inca sacrificada há mais de 500 anos no topo dos Andes, continua fascinando o mundo. Nesta terça-feira (24), uma equipe internacional de pesquisadores apresentou ao público uma reconstrução digital impressionante do rosto da menina.
Os pesquisadores do Museu dos Santuários Andinos da Universidade Católica de Santa Maria, em Arequipa, Peru, trabalharam de forma minuciosa por mais de 400 horas para chegar ao resultado.
A elaboração do busto foi uma colaboração entre cientistas peruanos, poloneses e um escultor sueco especializado em reconstruções faciais.
O resultado final foi um busto de silicone retratando uma jovem com maçãs do rosto proeminentes, olhos profundos e o rosto bronzeado, trazendo à vida a aparência possível de Juanita.
A reconstrução
A jornada para trazer Juanita de volta à vida virtual começou com a obtenção de uma réplica do crânio da jovem. Desde 2018, análises de DNA, varreduras corporais e pesquisas detalhadas de características etnológicas e físicas eram feitas.
Essas pesquisas foram essenciais para desvendar os traços únicos do rosto da jovem inca.
Quem foi a múmia Juanita
Em 1995, o arqueólogo norte-americano Johan Reinhard descobriu a múmia Juanita. Segundo estudos, a jovem teria 14 anos, aproximadamente, quando participou de um ritual de sacrifício humano que a oferecia ao vulcão Apu Ampato.
A provável causa da morte foi um golpe grave no lobo occipital direito, segundo pesquisadores da Universidade Johns Hopkins que realizaram uma tomografia computadorizada.
As baixas temperaturas no topo desse vulcão sagrado, a 80 km de Arequipa, que preservaram os restos mortais dessa jovem que teria nascido entre os anos 1440 e 1450 d.C.
Atualmente, Juanita está exposta ao público em uma urna de vidro no Museu dos Santuários Andinos, em Arequipa, a uma temperatura de -19ºC que garante a preservação de seu corpo.