O mundo está ficando sem chips (e não, não estão colocando em vacinas)
Além da escassez de insumos enfrentada por fabricantes de materiais usados na aplicação das primeiras vacinas de COVID-19, o mundo está prestes a lidar com a falta de outro produto: o de chips. E os setores que mais devem sofrer esse baque são o automobilístico e o de dispositivos eletrônicos, que podem enfrentar atrasos consideráveis nos próximos meses. Desde já, vamos destacar que isso não tem nada a ver com as vacinas, então pode se imunizar tranquilamente sem o risco de ter um chip implantado no organismo ou virar jacaré.
Mas bem, voltando à falta de chips no mundo. Uma reportagem do Wall Street Journal afirma que diversas empresas de semicondutores tiveram que aumentar os preços de certos componentes ao mesmo tempo que precisam lidar com atrasos nas entregas de pedidos e a pressão de alguns clientes. A longo prazo, isso vai refletir diretamente no consumidor final, que além de esperar mais tempo por um determinado produto, terá que pagar mais caro por ele. Sabe o seu smartphone, que já não é um negócio muito barato? A tendência é que as próximas versões cheguem ao mercado por um preço ainda mais alto.
Para piorar a situação, também não haveria uma solução rápida para solucionar o problema, já que o processo para implementar máquinas mais velozes e modernas aconteceria é lento e tornaria a fabricação ainda mais cara. Isso já está acontecendo, mas a questão é justamente a demora na adoção dessas tecnologias mais recentes.
A escassez afeta empresas em todas as partes do globo — alguns exemplos são a asiática Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., maior fabricante mundial de chips terceirizados, a Nvidia Corp., maior empresa de semicondutores da América, e a NXP Semiconductors NV, fornecedora holandesa de chips automotivos, industriais e de comunicação.
O artigo do WSJ lista alguns possíveis responsáveis por essa falta de chips em vários setores globais. A primeira, obviamente, é a pandemia do novo coronavírus: além de diminuir o ritmo de produção, a crise de saúde fez com que mais pessoas comprassem aparelhos eletrônicos para trabalhar de casa. O aumento na aquisição de novos smartphones, a grande maioria já equipada com chips 5G, também foi um fator contribuinte.
Com a dificuldade na aquisição de novos chips, as companhias viram os prazos de entrega subir de oito para até 10 semanas. Em alguns casos, essa espera pode ser ainda maior: de 26 semanas ou mais.
Bruce Kim, chefe executivo de uma corretora sul-coreana de equipamentos usados para a fabricação de semicondutores, afirmou ao WSJ que a escassez de novos chips deve durar até o final de 2022. Até lá, ele acredita que as empresas devem modernizar suas tecnologias para abandonar de vez processos mais antigos.