Pesquisadores que trabalhavam no sítio arqueológico de Pañamarca, na costa do Peru, reveleram dois murais bastante curiosos no interior de um antigo salão cerimonial. Os desenhos mostram homens de duas faces segurando tesouros incomuns.
Uma das pessoas retratadas segura um leque de penas em uma mão e um cálice com quatro beija-flores bebendo dele na outra. O segundo homem também segura um leque de penas, mas leva na outra mão um bastão.
Os homens estão usando uma espécie de cocar na cabeça, além de roupas coloridas com padrões elaborados. A pintura foi feita entre os anos 550 e 800 d.C., época em que a civilização Moche crescia na região.
Os desenhos, no entanto, não se parecem com nada já visto por arqueólogos na América do Sul. Para os pesquisadores, há a possibilidade de que os antigos artistas estivessem testando como retratar movimentos.
As duas faces, por sua vez, podem apontar para um mortal usando máscara ou então se tornando algo sobrenatural. Já os beija-flores parecem se referir a ligação entre os mortais e os deuses, retratando o sacrifício.
Há poucas chances de as figuras representarem deuses. Isso porque as pessoas da cultura Moche costumavam retratar as divindades na arte com detalhes não humanos, como presas, caudas ou asas. Os desenhos em questão não trazem nada disso.
O salão que guardava os murais no Peru parece ter sido acessado por poucas pessoas, já que possuía corredores estreitos e área interna reduzida. Cientistas sugerem que apenas líderes e anciões da comunidade de Pañamarca tenham usado o local.