Não é só a Artemis! China também quer levar humanos à Lua

China planeja enviar primeiros astronautas para a Lua até 2030. Estados Unidos já falam em nova corrida espacial
Não é só a Artemis! China também quer levar humanos à Lua
Imagem: VCG/Reprodução

A NASA não é a única interessada em enviar missões tripuladas à Lua. Assim como o programa Artemis, a China também conta com um plano de longo prazo para levar humanos até a superfície lunar.

Segundo o site chinês Global Times, a CASC (sigla em inglês para “Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China”) está desenvolvendo um foguete tripulado de nova geração com capacidade para desembarcar taikonautas (o nome como a China chama seus astronautas) na Lua até por volta de 2030.

A ideia é que o novo foguete possa impulsionar espaçonaves e infraestruturas de até 50 toneladas em uma trajetória para alcançar a Lua. No início deste mês, um post na rede social chinesa Weibo revelou que testes estruturais do novo foguete foram concluídos com sucesso.

A expectativa é que a primeira missão leve dois chineses para a Lua, com ambos trabalhando na superfície por um período de cerca de seis horas. A missão envolveria o lançamento de dois foguetes, sendo um com a espaçonave tripulada e o outro com o módulo lunar de descida. Ambos se encontrarão na órbita da Lua, antes de realizar o procedimento de pouso.

Por enquanto, ainda não há informações sobre qual será o local escolhido pela China para a descida na Lua.

A nova corrida espacial entre EUA e China

Os Estados Unidos não veem com bons olhos as aspirações lunares da China. Os dois países já vêm travando uma guerra comercial e tecnológica na Terra, e, ao que parece, essa disputa também será estendida ao espaço.

Com o lançamento da missão Artemis 1, os americanos estão em uma virtual vantagem no retorno à Lua. Porém, o orçamento da NASA é depende da liberação de financiamento pelo Congresso dos Estados Unidos, o que pode levar a atrasos no cronograma.

Inicialmente, o retorno de astronautas americanos à superfície lunar estava previsto para 2024. Depois, ele foi adiado para 2025, e, agora, corre o risco de não ocorrer antes de 2026.

Já os chineses se concentram em desenvolver tecnologias pensando em cronogramas mais amplos. “Enquanto a NASA está se esforçando para reviver suas glórias da Apollo, a China está trabalhando em planos inovadores para realizar suas próprias missões tripuladas de pouso na Lua”, diz o artigo publicado no Global Times.

Ilustração artística da futura ILRS (Estação Internacional de Pesquisa Lunar), construída em parceria entre a China e a Rússia. Crédito: CNSA e Roscosmos

Ilustração artística da futura ILRS (Estação Internacional de Pesquisa Lunar), construída em parceria entre a China e a Rússia. Crédito: CNSA e Roscosmos

Apesar de os chineses afirmarem ter apenas interesses científicos na Lua, os americanos vêm fomentando um clima de hostilidade no espaço. Desde que assumiu o cargo de administrador da NASA, Bill Nelson tem alardeado uma potencial “corrida espacial” com a China, inclusive acusando o país asiático de querer “ocupar a Lua”.

Atualmente, a China está concluindo a construção da Tiangong, uma estação espacial própria em órbita baixa da Terra. Porém, os chineses também pensam em planos mais ambiciosos, como a construção de uma base internacional de pesquisa na superfície lunar em meados da próxima década – tendo a Rússia como principal parceira.

O plano chinês também envolve o desenvolvimento de foguetes e naves reutilizáveis, para baratear custos e apoiar futuros projetos espaciais – o que, eventualmente, pode incluir missões tripuladas para o planeta Marte.

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor, repórter e copywriter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

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