Não Olhe Para Cima satiriza negacionismo científico de Bolsonaro
Se você é heavy user das redes sociais, deve ter acompanhado nos últimos dias as infinitas threads no Twitter sobre Não Olhe Para Cima, novo filme da Netflix lançado em 24 de dezembro.
O longa, que traz nomes como Jennifer Lawrence, Leonardo DiCaprio e Meryl Streep, faz uma sátira ao negacionismo científico característico de governantes como Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Cabe uma breve sinopse: dois cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, identificam um meteoro em rota de colisão com a Terra. O tamanho do objeto celeste é suficiente para destruir a humanidade, o que leva os astrônomos a procurarem pelas autoridades americanas. O retorno dos políticos e da população em geral é bem diferente do esperado.
O negacionismo e a desinformação tomam conta. Enquanto os cientistas propõem uma manobra de desvio do meteoro – o que inclusive já está sendo estudado na vida real –, um empresário no maior estilo Elon Musk sugere um método sem evidências científicas para destruir o objeto e obter lucro em cima dele.
Os brasileiros também devem notar certa semelhança com o governo brasileiro, já que o personagem interpretado por Jonah Hill é chefe de gabinete e filho da presidenta dos EUA, interpretada por Meryl Streep. O político age mais como criança mimada do que autoridade responsável.
A própria mídia também é vítima do produtor Adam McKay. Os jornalistas são criticados por tratar a questão com leveza, ignorando a gravidade da situação. Usuários da internet chegaram a comparar a cena com um episódio de Natalia Pasternak na TV Cultura, em que a microbiologista crítica a forma que uma reportagem sobre o tema foi conduzida.
O filme é uma ótima pedida em tempos de pandemia, crise climática e polarização política. Confira o trailer de Não Olhe Para Cima: