
NASA alerta que mar pode contaminar reservas costeiras de água doce
A entrada da água do mar em aquíferos de água doce em regiões costeiras é um grande desafio climático, como destaca um estudo recente da agência espacial NASA.
Black Friday
PlayStation®5 Slim Disk + 2 JogosO estudo, publicado por cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), destaca que a intrusão marinha atingirá 77% das áreas costeiras até 2100.
Intrusão marinha é a penetração de água salgada do mar em zonas de água doce em aquíferos costeiros. Esse fenômeno resulta na salinização da água doce subterrânea.
Geralmente, há uma zona de transição entre a água do mar e a água doce, onde a água salgada fica sob a água doce pela sua densidade.
No entanto, de acordo com o estudo da NASA, o papel das mudanças climáticas no aumento do nível do mar e a exploração excessiva de aquíferos representam um risco a essa dinâmica.

Esquema mostra processo de intrusão marinha. Imagem: Anderson et al./Divulgação
Nível do mar
A recente elevação no nível do mar desequilibrou a zona de transição entre a água do mar e os aquíferos de água doce. Consequentemente, o deslocamento de água salgada para o continente é bem maior.
Os cientistas da NASA analisaram mais de 60 mil aquíferos em regiões costeiras de todos os continentes, identificando que apenas o aumento do nível do mar causará 82% do total de intrusão marinha.
Além disso, segundo a NASA, a zona de transição entre a água do mar e a água doce vai se aproximar do continente em até 200 metros.
No caso da recuperação natural de água doce, a escassez de chuvas e as altas temperaturas enfraqueceram o processo. Recentemente, revelamos aqui no Giz que a exploração excessiva de aquíferos é responsável pela inclinação da Terra.
Os efeitos combinados desses dois fatores vão afetar 77% dos aquíferos em regiões costeiras até 2.100. Contudo, o grau de intensidade dependerá das condições regionais.
Estudo da NASA destaca lugares com maior risco de intrusão marinha
O estudo destaca que o sudeste da Ásia, o Golfo do México e o leste dos EUA são algumas das regiões vulneráveis. No Brasil, Rio de Janeiro, Maceió, Recife e Fortaleza são as principais cidades em risco devido aos seus aquíferos litorâneos.

No Brasil, a intrusão marinha será mais grave no litoral das regiões sul e sudeste. Imagem: NASA/Reprodução
Sobre a redução da recarga natural das águas subterrâneas, o impacto será sentido em 45% dos aquíferos, mas vai empurrar a zona de transição ainda mais.
Segundo a NASA, a zona de transição entre a água do mar e a água doce vai avançar 1,2 quilômetros em algumas regiões, sobretudo na península arábica, Austrália e no México.
Por outro lado, em 42% dos aquíferos, o aumento da recarga natural pode reduzir a intrusão marinha causada pela elevação do nível do mar.
Como evitar a contaminação de água do mar em reservas de água doce
A NASA destaca que as estratégias para combater o problema se baseiam nos dois fatores responsáveis pela invasão da água do mar em zonas de água doce.
Em regiões onde o desafio é a recarga natural, a NASA sugere adotar estratégias que priorizem conservar as reservas de águas subterrâneas.
Onde a intrusão marinha ocorre pela elevação do nível do mar, a NASA sugere que ações para desviar as reservas de água doce. Além disso, reduzir a exploração também pode ajudar.
De acordo com a NASA, este é mais um desafio climático de abrangência global. Portanto, é preciso elaborar um plano de ação consistente e global, sobretudo para ajudar nações com recursos limitados.
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