Ciência

NASA alerta que mar pode contaminar reservas costeiras de água doce

A intrusão de água salgada vai afetar 77% dos aquíferos costeiros, mas o grau de intensidade dependerá das condições regionais
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

A entrada da água do mar em aquíferos de água doce em regiões costeiras é um grande desafio climático, como destaca um estudo recente da agência espacial NASA.

Black Friday
PlayStation®5 Slim Disk + 2 Jogos
R$ 3.899

O estudo, publicado por cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL), destaca que a intrusão marinha atingirá 77% das áreas costeiras até 2100.

Intrusão marinha é a penetração de água salgada do mar em zonas de água doce em aquíferos costeiros. Esse fenômeno resulta na salinização da água doce subterrânea.

Geralmente, há uma zona de transição entre a água do mar e a água doce, onde a água salgada fica sob a água doce pela sua densidade.

No entanto, de acordo com o estudo da NASA, o papel das mudanças climáticas no aumento do nível do mar e a exploração excessiva de aquíferos representam um risco a essa dinâmica.

Esquema mostra processo de intrusão marinha. Imagem: Anderson et al./Divulgação

Nível do mar

A recente elevação no nível do mar desequilibrou a zona de transição entre a água do mar e os aquíferos de água doce. Consequentemente, o deslocamento de água salgada para o continente é bem maior.

Os cientistas da NASA analisaram mais de 60 mil aquíferos em regiões costeiras de todos os continentes, identificando que apenas o aumento do nível do mar causará 82% do total de intrusão marinha.

Além disso, segundo a NASA, a zona de transição entre a água do mar e a água doce vai se aproximar do continente em até 200 metros.

No caso da recuperação natural de água doce, a escassez de chuvas e as altas temperaturas enfraqueceram o processo. Recentemente, revelamos aqui no Giz que a exploração excessiva de aquíferos é responsável pela inclinação da Terra.

Os efeitos combinados desses dois fatores vão afetar 77% dos aquíferos em regiões costeiras até 2.100. Contudo, o grau de intensidade dependerá das condições regionais.

Estudo da NASA destaca lugares com maior risco de intrusão marinha

O estudo destaca que o sudeste da Ásia, o Golfo do México e o leste dos EUA são algumas das regiões vulneráveis. No Brasil, Rio de Janeiro, Maceió, Recife e Fortaleza são as principais cidades em risco devido aos seus aquíferos litorâneos.

No Brasil, a intrusão marinha será mais grave no litoral das regiões sul e sudeste. Imagem: NASA/Reprodução

Sobre a redução da recarga natural das águas subterrâneas, o impacto será sentido em 45% dos aquíferos, mas vai empurrar a zona de transição ainda mais.

Segundo a NASA, a zona de transição entre a água do mar e a água doce vai avançar 1,2 quilômetros em algumas regiões, sobretudo na península arábica, Austrália e no México.

Por outro lado, em 42% dos aquíferos, o aumento da recarga natural pode reduzir a intrusão marinha causada pela elevação do nível do mar.

Como evitar a contaminação de água do mar em reservas de água doce

A NASA destaca que as estratégias para combater o problema se baseiam nos dois fatores responsáveis pela invasão da água do mar em zonas de água doce.

Em regiões onde o desafio é a recarga natural, a NASA sugere adotar estratégias que priorizem conservar as reservas de águas subterrâneas.

Onde a intrusão marinha ocorre pela elevação do nível do mar, a NASA sugere que ações para desviar as reservas de água doce. Além disso, reduzir a exploração também pode ajudar.

De acordo com a NASA, este é mais um desafio climático de abrangência global. Portanto, é preciso elaborar um plano de ação consistente e global, sobretudo para ajudar nações com recursos limitados.

Assine a newsletter do Giz Brasil

O Giz Brasil pode ganhar comissão sobre as vendas. Os preços são obtidos automaticamente por meio de uma API e podem estar defasados em relação à Amazon.
Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas