À medida que a poeira do Saara viaja pelo céu e se mistura com as nuvens tropicais, ela cria um “distúrbio chuvoso” no Atlântico oriental que pode se transformar em um furacão. Para investigar esse fenômeno, cientistas da NASA passaram um mês voando na costa noroeste da África e coletando dados atmosféricos.
Estas medições dão uma visão geral da dinâmica existente entre a poeira, a umidade, as nuvens e o oceano naquela região – e ajudam pesquisadores e meteorologistas a entender como essas variáveis influenciam os sistemas atmosféricos. Os dados enviados este mês para os centros de arquivo da NASA são abertos e disponíveis ao público.
Para coletar estes dados, a equipe decolou de Cabo Verde durante todos os dias de setembro de 2022, registrando cerca de 100 horas de observações. Eles usaram radares, radiômetros, lidares e dropsondas. Esses aparelhos, em forma de pequenos tubos, foram equipados com um paraquedas e lançados do avião para fazer medições sobre vento, temperatura e umidade.
Durante os voos, sensores nas asas do avião mediam propriedades das nuvens e da poeira no céu. Acima das nuvens, os instrumentos de sensoriamento remoto citados acima registravam a distribuição da poeira no céu. Além disso, eles mediram velocidade e direção do vento, assim como temperatura, umidade e a chuva dentro das nuvens.
No dia 22 de setembro do ano passado, por exemplo, a NASA encontrou e mediu um dos maiores eventos de poeira já amostrados. A missão foi batizada como CPEX-CV (Experimento de Processos Convectivos – Cabo Verde).
“Combinado com a imagem global que os satélites fornecem, esses dados oferecem detalhes mais refinados que apenas um avião equipado com instrumentação pode medir”, disse Will McCarty, membro da equipe, em comunicado.