Ciência

Nem todo plástico é reciclável – saiba como descartar o material

O cesto de lixo destinado aos plásticos recebe diversos produtos, mas tem tudo é reciclável. Veja aqui como fazer a reciclagem correta
Imagem: Zuzanna Szczepańska/ Unsplash/ Reprodução

O apetite da humanidade por plástico se tornou um problema ambiental. Em 2022, por exemplo, o Brasil gerou 64 quilos de resíduos plásticos por pessoa, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos, elaborado pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). Além disso, o material não se decompõe facilmente, de modo que permanece no meio ambiente por algo entre 450 a mil anos.

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Embora 77% dos brasileiros saibam que boa parte dos plásticos é lixo reciclável, poucos realmente separam seus resíduos para descartá-los corretamente. Dessa forma, ainda há mais de 70% dos brasileiros que não separam o lixo comum do reciclável.

Os dados são de uma pesquisa do Ibope em parceria com a Abrelpe e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e refletem a realidade do descarte de lixo no Brasil. Entender quais os tipos de plásticos é importante, porque enquanto alguns deles são recicláveis, outros não são.

Um guia para os tipos de plástico

De modo geral, existem dois tipos de plásticos: os termorrígidos e os termoplásticos. Os primeiros são feitos de polímeros com uma ligação química irreversível, o que significa que não podem ser remodelados para um novo material, não importa quanto calor seja aplicado.

Já os termoplásticos são aqueles mais fáceis de remodelar em novos produtos e, portanto, recicláveis. Entretanto, essa classificação não fica clara para o consumidor. 

Geralmente, é possível saber qual tipo de material é usado no produto por meio de uma numeração registrada nas embalagens já nas fábricas. Pode reparar: ela fica dentro de um triângulo feito em setas.

O Brasil desenvolveu a norma técnica relacionada ao plástico (NBR 13.230:2008) conforme critérios internacionais. Os números atribuídos são os códigos de resina plástica, que variam de 1 a 7, conforme listados abaixo:

1 – PET (Polietileno Tereftalato) – garrafas de água, refrigerante e bandejas de plástico

2 – PEAD (Polietileno de Alta Densidade) – caixas de leite e potes de xampu

3 – PVC (Cloreto de Polivinila) – tubulações

4 – PEBD (Polietileno de Baixa Densidade) – sacos de alimentos

5 – PP (Polipropileno) – potes de margarina e bandejas de refeições prontas

6 – PS (Poliestireno) – talheres de plástico

7 – Outros – produtos de plástico fabricados com uma combinação de diversas resinas e materiais

Para o cesto de lixo certo

A regra geral é que, quanto menor o código de resina, mais provável é que o tipo de plástico seja facilmente reciclável. Dessa forma, os plásticos de números 1 e 2 têm maior probabilidade de reciclagem.

Por exemplo, o PET é transparente, presente em muitas garrafas de bebidas e pode se transformar em produtos como jaquetas de lã e carpetes. Já o PEAD é um plástico opaco, usado para fazer recipientes mais rígidos. O material pode ser reciclado e, depois, utilizado em objetos como mesas. 

Enquanto isso, o plástico polipropileno, que é usado em potes de iogurte e de shampoo, às vezes é reutilizado em caixas de plástico e brinquedos. Contudo, ele frequentemente não é reciclado e acaba caindo em aterros sanitários.

Plásticos difíceis de reciclar

Alguns plásticos não recicláveis incluem o E.V.A, o baquelite e o poliuretano. Eles estão presentes em tomadas, cabos de panela, peças de rádio, interruptores, telefones, isopor, adesivos, espuma, teclados de computador, acrílicos, esponjas de limpeza, colchões e outros estofados.

Além disso, as embalagens PET coloridas, como aquelas de ketchup e mostarda, não são recicláveis por sua coloração. O mesmo vale para as sacolas plásticas de mercado, por exemplo. No entanto, algumas delas, junto a alguns tipos de embalagens plásticas, podem ir para a reciclagem. Confira aqui um vídeo que ensina como reconhecer esses materiais.

Nos casos de descarte de plásticos não facilmente recicláveis, a melhor opção é colocá-los em sacos biodegradáveis e deixá-los em aterros sanitários. Também é possível procurar um posto de coleta.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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