Tecnologia

Netflix está preocupada com rápida evolução da IA generativa

Gigante do streaming demonstrou preocupação em relatório compartilhado com Comissão de Valores Mobiliários dos EUA
Imagem: Stock Catalog/Flickr/Reprodução

Em um relatório apresentado pela Netflix à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), a gigante do streaming demonstrou preocupação com a crescente popularização da inteligência artificial na indústria do entretenimento.

O documento revela a apreensão da empresa com o uso da tecnologia por concorrentes do segmento. Caso as principais produtoras do mercado utilizem IA de maneira eficaz, a Netflix poderia sair atrás e ter dificuldades para alcançá-las no futuro, o que seria um enorme entrave para as aspirações da companhia.

Por outro lado, a empresa também reconhece que o uso de tais ferramentas poderiam aumentar a “exposição” às reivindicações de propriedade intelectual — assim como acontece com Microsoft e OpenAI, que foram processadas pelo jornal The New York Times por uso de materiais jornalísticos para treino de modelos sem que houvesse pagamento de direitos. 

Inteligência artificial também foi um dos temas debatidos pelos sindicatos dos atores (SAG-AFTRA) e dos roteiristas de Hollywood (WGA), que entraram em greve no ano passado. A recente preocupação da Netflix mostra como o desenvolvimento acelerado e, principalmente, a falta de regulamentação da tecnologia vem deixando o mercado do entretenimento um pouco reticente.

O principal temor era de que a falta de diretrizes claras e objetivas no setor poderia possibilitar aos grandes estúdios a utilização de representações geradas IA de atores sem a realização dos respectivos pagamentos. Além disso, havia uma grande preocupação de que roteiros escritos por humanos pudessem ser reescritos ou modificados utilizando inteligência artificial, o que alteraria a obra original e isentaria os grandes estúdios de pagarem roteiristas por alterações realizadas no material.

A própria Netflix foi alvo de muitas críticas durante os protestos das duas greves que ocorreram simultaneamente, algo histórico nos EUA, por anunciar uma vaga para gerente de produto na equipe de machine learning no ano passado. A ideia da empresa, no entanto, era realizar melhorias na moderação de conteúdo e em seu processador de pagamentos próprio. Mesmo assim, o movimento causou bastante temor na categoria.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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