O Nokia 8 é um aperitivo de como os smartphones poderiam ter sido

De vez em quando, temos a chance de olhar em uma linha do tempo e ver como as coisas poderiam ter mudado se uma única decisão tivesse sido tomada de forma diferente. E com o novo Nokia 8, é exatamente isso o que está acontecendo. • O novo smartphone da Nokia terá câmera da Zeiss, […]

De vez em quando, temos a chance de olhar em uma linha do tempo e ver como as coisas poderiam ter mudado se uma única decisão tivesse sido tomada de forma diferente. E com o novo Nokia 8, é exatamente isso o que está acontecendo.

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• O novo smartphone da Nokia terá câmera da Zeiss, mas isso não significa muita coisa
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Voltando ao tempo sombrio dos dumbphones, a Nokia era a rainha soberana dos celulares. Parece que todo mundo tem uma história sobre como o seu Nokia sobreviveu a um acidente de carro ou um queda de dez metros. Mas depois que a companhia firmou a parceria com a Microsoft em 2011 para colocar o Windows Phone 7 – e não o Android – em seus smartphones, se iniciou uma derrocada de sua significância e outras empresas como Apple e Samsung conquistaram o mundo dos dispositivos móveis.

Quando os executivos da antiga Nokia se juntaram para criar a startup finlandesa HMD Global no ano passado e compraram os direitos de marca da empresa pela Microsoft, a marca ganhou uma segunda chance. Praticamente em seguida, a empresa lançou três aparelhos de entrada e intermediários, mas esses eram dispositivos que pareciam muito mais um teste para o que estaria por vir. Agora podemos ver o primeiro topo de linha da companhia. O Nokia 8 é um belo smartphone e com boas especificações, e mais importante, um celular com Android que permitirá a competição com outros dispositivos como o Samsung Galaxy S8. A única questão é: ele traz coisas o suficiente para convencer as pessoas que não se importam com a nostalgia daqueles tijolos ultrapassados?

Acenando para a herança do design minimalista da Nokia, a HMD está mantendo as coisas super limpas com o seu novo smartphone. O Nokia 8 possui um corpo simples e quadradão, com uma moldura de alumínio, tela bem padrão de 5,3 polegadas com resolução QHD, processador Snapdragon 835, 4GB de RAM e 64 GB de armazenamento. (Praticamente as mesmas especificações de outros topo de linha Android, incluindo o Galaxy S8 e OnePlus 5). Abaixo da tela há um botão de início com um leitor de impressões digitais incorporado, como você poderia esperar. E por que a HMD não é burrinha, o Nokia 8 tem porta USB-C e plug para fones de ouvido. O que não tem aqui são coisas como reconhecimento facial ou resistência à água.

A característica que é chamativa é o módulo de duas câmeras de 13 megapixels na traseira, que possui um sensor óptico Zeiss e combina um sensor típico de câmera com um sensor monocromático, para que o celular consiga capturar fotos mais nítidas e ajustar o seu nível de profundidade. Além disso, a Nokia diz que o 8 é o primeiro celular que consegue tirar fotos e gravar vídeos utilizando tanto a câmera traseira quanto frontal, para criar um conteúdo único de “visão dupla” que pode ser, inclusive, transmitida ao vivo na internet, no YouTube ou no Facebook.

O áudio também ganhou um pouco de atenção extra, graças a OZO Audio, que pega emprestado tecnologias da câmera 360 da Nokia que custa US$ 40.000, então você consegue capturar som espacial imersivo diretamente do celular.

Por dentro, a HMD mantém o tema de simplicidade ao escolher o Android sem modificações, algo que a empresa diz que fará com todos os seus próximos aparelhos. Essa é uma mudança agradável para quem está acostumado com dispositivos cheios de mudanças como os da Asus, LG e Samsung – e isso pode impactar no ciclo de atualizações do Android. A Nokia diz que o 8 virá com o Android 7.1 e será atualizado para o Android 8 pouco depois que a nova versão do sistema operacional for liberada.

Com preço sugerido de € 599 (R$ 2.200 em conversão direta, na cotação atual), parece que a Nokia não vai se ofuscar e tentar ficar na sombra de outros topo de linha Android.

Mas a grande conclusão de tudo isso é que, com esse lançamento, podemos imaginar como seria se a Nokia não tivesse perdido seis anos fabricando hardware para uma plataforma que nunca teve uma chance no mercado. Transmissão com duas câmeras e áudio 360 são legais, mas características como essa estariam por aí há muito mais tempo se a HMD não tivesse que gastar tempo juntando os pedacinhos que sobraram da Nokia e comprando as próprias patentes de volta da Microsoft.

As especificações e funcionalidades parecem legais, mas não saberemos o quão competitivo será o Nokia 8 até que possamos fazer uma análise completa.

Todas as imagens: Nokia

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