Astrônomo amador localiza uma rara nova visível a olho nu na constelação Cassiopeia
Uma nova foi encontrada recentemente no hemisfério celestial norte. O astrônomo amador Yuji Nakamura, da cidade de Kameyama, no Japão, avistou a nova V1405 Cas em 18 de março às 19h10, horário local, e prontamente relatou sua descoberta ao Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ). Usando o telescópio SEIMEI da Universidade de Kyoto, na província de Okayama, os astrônomos a confirmaram às 4h40 da manhã do dia seguinte.
“Esta observação foi realizada apenas meio dia após a descoberta, demonstrando uma colaboração frutífera entre astrônomos amadores e pesquisadores”, anunciou o NAOJ em um comunicado. “Uma vez que não podemos prever quando e em que direção as novas ocorrerão, as descobertas de astrônomos amadores contribuem significativamente para a nossa compreensão dos fenômenos.”
Designado V1405 Cas, o objeto foi inicialmente detectado em magnitude 9,6 (muito fraco para ser visto a olho nu), mas brilhou significativamente nos dias seguintes à sua descoberta. Conforme relata o EarthSky, a nova agora está brilhando com magnitude de 7,6, tornando-a visível para binóculos e pequenos telescópios e possivelmente a olho nu. É de praxe que os humanos podem localizar objetos celestes começando com magnitude de 6,5, mas também é possível localizarmos a nova sem utilizar determinado equipamento se as condições forem adequadas.
As novas deste tipo, nas quais as explosões nucleares causam o brilho espetacular de estrelas anãs brancas, são comuns na Via Láctea, mas as novas visíveis são relativamente raras. Uma das últimas a ser avistada a olho nu foi a V1369 Cen, em 2013, e só era visível no hemisfério sul. A V1405 Cas é considerada um objeto transitório e desaparecerá durante as próximas semanas e meses. Quem está no hemisfério norte pode seguir as instruções detalhadas do EarthSky para localizar a V1369 Cen.
É importante ressaltar que a V1405 Cas não deve ser confundida com uma nova do tipo Ia, já que não é uma estrela que explodiu completamente. Esta é uma nova clássica, envolvendo uma anã branca e uma estrela da sequência principal presa em uma órbita mútua apertada. A pequena e densa anã branca puxa o hidrogênio de sua companheira, e esse hidrogênio fica cada vez mais compacto e quente. Eventualmente, a fusão nuclear é desencadeada, fazendo com que a anã branca brilhe de 50.000 a 100.000 vezes mais do que o normal. A anã branca sobrevive a essas explosões superficiais e o processo começa novamente.