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Nova espécie de esquilo voador é descoberta na China

Espécie conhecida como esquilo voador do Monte Gaoligong corre risco de extinção e foi descoberta na província chinesa de Yunnan.

Esquilo voador Biswamoyopterus gaoligongensis. Foto: Kadoorie Farm & Botanic Garden

Uma espécie recém-descoberta de esquilo voador está ajudando os pesquisadores a conhecer melhor esses roedores enigmáticos, mas considerando o seu risco de extinção, os cientistas terão que agir rápido.

Uma nova pesquisa publicada na quinta-feira (18) no ZooKeys descreve o Biswamoyopterus gaoligongensis, também conhecido como o esquilo voador do Monte Gaoligong. Localizada na província de Yunnan, sudoeste da China, é uma das três espécies conhecidas de esquilos voadores que pertencem ao gênero Biswamoyopterus, sendo os outros dois o esquilo voador Namdapha e o esquilo voador gigante do Laos.

Esses animais asiáticos noturnos são excepcionalmente raros. Os cientistas só identificaram este gênero em 1981 depois da descoberta de um espécime solitário de Namdapha no Namdapha National Park, uma grande área protegida no Himalaia, na Índia. O esquilo voador gigante do Laos, uma espécie da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, foi descoberto em 2013 na forma de carne sendo vendida em um mercado local de alimentos na província de Bolikhamxai, no Laos. Ambos os esquilos voadores foram considerados grandes, entre 1,4 e 1,8 kg, mas eles apresentaram diferenças físicas que justificaram a criação de duas espécies distintas.

O habitat do recém-descoberto esquilo voador do Monte Gaoligong. Imagem: Kadoorie Farm & Botanic Garden

Até esta nova descoberta, estas foram as duas únicas espécies de Biswamoyopterus  conhecidas pelos cientistas. Estranhamente, no entanto, suas casas estavam separadas por 1.250 quilômetros no sul da Ásia. Por que as duas espécies intimamente relacionadas estavam separadas por uma distância tão grande, ainda é um mistério científico.

Em um recente golpe de sorte, um espécime pertencente a Biswamoyopterus foi inesperadamente descoberto em 2018 nas coleções do Instituto de Zoologia de Kunming (KIZ) da Academia Chinesa de Ciências. O cientista responsável pela descoberta, Quan Li, localizou a origem do espécime no Monte Gaoligong, na província chinesa de Yunnan. No início, os investigadores pensaram que estavam lidando com outro esquilo voador de Namdapha, mas uma análise mais próxima sugeriu que era outra coisa. A criatura era definitivamente Biswamoyopterus, mas diferenças em sua cor, crânio e dentes apontavam para uma nova espécie.

Imagem: Kadoorie Farm & Botanic Garden

Isso levou a uma expedição de campo ao Monte Gaoligong, envolvendo pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, a Kadoorie Conservation China, a Universidade de New South Wales e outras instituições. O resultado foi a descoberta de outro espécime correspondente e observações de campo de dois esquilos voadores vivos.

Como a amostra KIZ, esses esquilos apresentavam uma cor marrom-escura característica (incluindo um escroto marrom-escuro que contrastava fortemente com seu ventre branco-amarelado), tufos bicolores nas orelhas, um crânio curto e largo, e dentes de formato único. Juntas, essas diferenças justificavam a criação da terceira espécie conhecida de Biswamoyopterus.

A descoberta também foi importante em termos da geografia envolvida.

“A nova espécie foi descoberta na ‘área em branco’, abrangendo 1.250 km entre os habitats isolados das duas espécies conhecidas, o que sugere que o gênero é muito mais difundido do que se pensava anteriormente”, disse Quan em um comunicado. “Ainda há esperança de que novas populações de Biswamoyopterus sejam descobertas no meio ou próximas às localidades já conhecidas”.

Imagem: Kadoorie Farm & Botanic Garden

Não se sabe muito mais sobre as novas espécies, e uma análise genética ainda não foi realizada. Como outros membros de seu gênero, no entanto, ela é noturna, preferindo florestas de baixa altitude e habitats perto de rios.

Os esquilos voadores do Monte Gaoligong foram vistos perto de assentamentos próximos, o que não é algo positivo. Atividades humanas podem ameaçar uma espécie já escassamente povoada.

“Portanto, há uma necessidade urgente de estudar a ecologia, distribuição e estado de conservação deste gênero raro e muito bonito”, disse Quan.

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