Algumas espécies têm o nome de ativistas adolescentes ou da Lady Gaga. Outros, porém, foram batizados a partir do plástico. Antes mesmo que a ciência descobrisse a existência desse crustáceo no fundo do mar, o plástico já havia se infiltrado em seu estômago. Por isso, os cientistas escolheram um nome apropriado: Eurythenes plasticus.
Esta espécie recém-descoberta vive cerca de 22.637 pés (quase 6,9 km) debaixo d’água nas profundezas da Fossa das Marianas. É uma criatura parecida com um camarão, e os pesquisadores até agora encontraram apenas um desses crustáceos com plástico dentro do estômago. Mesmo assim, a descoberta foi preocupante o bastante a ponto de a equipe decidir incorporar “plástico” ao nome da espécie. É a primeira vez que o plástico se junta às classificações taxonômicas da biologia.
“Decidimos pelo nome Eurythenes plasticus pois queríamos destacar o fato de que precisamos tomar medidas imediatas para impedir o acúmulo de resíduos de plástico em nossos oceanos”, disse Alan Jamieson, chefe da missão de pesquisa para descobrir as espécies. em um comunicado do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Um espécime de anfípode foi encontrado com uma microfibra de 0,65 milímetros de comprimento. Analistas determinaram que a microfibra era provavelmente tereftalato de polietileno, que pode ser encontrada em roupas de poliéster e garrafas de água. Os plásticos estão tomando conta de tudo. Eles foram encontrados no topo das montanhas, nos oceanos e até no Ártico. E tudo isso é por causa de todo o plástico que nós humanos consumimos e depois descartamos.
Parece que a poluição por plásticos é impossível de evitar, segundo estudos. Um artigo recente descobriu que microplásticos são lançados no ar ao simplesmente abrir uma garrafa. O uso de roupas de poliéster também ajuda a espalhar esses materiais. É uma realidade infeliz, e o mundo natural está tendo dificuldades para escapar dessa bagunça feita pelo homem.
Com apenas um crustáceo encontrado com plástico, a espécie ainda tem uma chance de permanecer livre dessa poluição, mas os humanos precisam achar um jeito de acabar com esse vício no material.