No dia 26 de setembro, a NASA fez algo que, até então, só havia sido visto nos filmes de ficção. Cientistas enviaram ao espaço uma nave para colidir com o asteroide Dimorphos – que orbita Didymos –, tirando-o de sua rota original. Toda essa movimentação fez parte da missão DART, sigla em inglês para “Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo”.
Deu certo. O veículo não tripulado da agência espacial se chocou com o objeto celeste de 160 metros de diâmetro a uma velocidade média de 6,6 quilômetros por segundo. Tudo isso aconteceu a 11 milhões de quilômetros de distância da Terra.
A órbita original de 11 horas e 55 minutos de Dimorphos foi reduzida em cerca de 32 minutos. Isso significa que, caso um asteroide ameace nosso planeta, nossos pesquisadores estão prontos para desviá-lo e impedir a tragédia.
Após o impacto, uma cauda de material ejetado se formou atrás do asteroide. Novas imagens do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, mostram que o rastro não está sozinho. O maquinário, utilizado para fotografar o sistema de asteroides após a missão, fez cerca de 18 observações e mostrou que uma segunda cauda gêmea se formou entre os dias 2 e 8 de outubro.
A equipe esperava ver a primeira cauda. Não à toa, já estava acompanhando o comportamento do rastro de poeira. No entanto, a segunda trilha foi uma surpresa, a qual ainda não pôde ser explicada pelos cientistas. Há uma gama de cenários possíveis que serão investigados no futuro.
A imagem do Hubble se destaca ao mostrar a evolução da nuvem de detritos. Há outros telescópios mirando o evento, mas os detalhes dessa fotografia a tornam a mais completa divulgada até agora. Nela, é possível ver, por exemplo, como o brilho do material ejetado aumentou e diminuiu com o tempo após o impacto. Ficaremos no aguardo de novas fotos que envolvam a missão DART.