O Telescópio Espacial James Webb flagrou uma região de formação intensa de estrelas na constelação de Virgem. As novas imagens, divulgadas pela NASA na última sexta (2), mostram a galáxia NGC 5068, a 20 milhões de anos-luz da Terra. (Para fins de comparação: a luz do Sol demora não anos, mas míseros 8,3 minutos para chegar até nós.)
A NGC 5068 é uma galáxia espiral barrada, como a maioria das galáxias que conhecemos. Isso significa que ela tem uma estrutura central em forma de barra composta por um amontoado de estrelas – que aparece no canto superior esquerdo da imagem que você vê acima.
A imagem é a junção de outras duas, obtidas com dois dos quatro sistemas de câmeras e sensores do James Webb: o MIRI (Mid-Infrared Instrument) e a NIRCam (Near-Infrared Camera). Ambos trabalham com o infravermelho, ou seja, captam ondas eletromagnéticas mais compridas e menos energéticas do que aquelas que nosso cérebro entende como luz visível, do vermelho ao violeta.
Mas a NIRCam opera na faixa do “infravermelho próximo” (ou near-infrared, em inglês), então capta ondas infravermelhas próximas à luz visível para nós. O MIRI, por outro lado, trabalha com o “infravermelho médio” (mid-infrared), mais distante da luz visível. Veja abaixo as imagens resultantes das informações fornecidas por cada um destes sistemas.
A primeira imagem, gerada pelo MIRI, destaca a estrutura empoeirada da galáxia e mostra bolhas brilhantes de gás que contêm aglomerados estelares recém-formados. A segunda imagem, da NIRCam, nos mostra a enorme população de estrelas da galáxia, que se concentra ao longo da barra central, e nuvens vermelhas de gás onde novas estrelas estão se formando.
Os cientistas combinam estes (e outros) instrumentos do James Webb para fazer observações ainda mais detalhadas do espaço. O resultado são imagens combinadas como a que abre este texto, proporciona uma visão única da composição da NGC 5068 e fornece insights aos astrônomos sobre o processo de formação estelar.