A NASA vai trocar todas as lâmpadas da Estação Espacial Internacional para ajudar astronautas a dormirem melhor.
Astronautas com insônia são uma espécie de lenda na NASA, com muitos deles precisando de remédios para dormir e mantendo uma média de seis horas diárias de sono, muito menos do que as oito horas e meia recomendadas. Isso pode causar um sério problema de cansaço. Para ajudar, a NASA iniciou uma missão para trocar todas as lâmpadas da estação espacial.
O tipo certo de luz pode fazer milagres para pessoas cujo sono esteja desregulado por trabalharem no espaço. Cientistas que trabalham em missões em Marte precisam viver no horário de Marte, o que prejudica bastante o horário de dormir deles. Mas um estudo recente feito por Steven Lockley, da Universidade de Harvard, descobriu que a luz azul e horários certos de sono podem melhorar a situação.
Isso acontece em partes por causa da recente descoberta de que olhos de mamíferos têm uma habilidade especial para entender o tempo. Fotorreceptores em células ganglionares na frente da retina não são usadas para a visão, e sim para detectar luz na extremidade azul do espectro (o que nós aprendemos sobre no estudo de Lockley). Estas células ajudam o corpo a calcular o tempo, e estimulá-las poder afetar a percepção de dia e noite de uma pessoa. Isto funciona, em parte, através da interferência na produção de melatonina.
Na ISS, os fotorreceptores ganglionares dos astronautas estão sendo constantemente estimulados pelo ciclo de 90 minutos de nascer e pôr do sol – e a constante presença do sistema de luz do interior da estação. Isso resulta em menor produção de melatonina e, consequentemente, sono irregular.
A NASA planeja trocar 85 lâmpadas fluorescentes da parte dos Estados Unidos do laboratório por modelos especiais de LED que podem filtrar a luz em diferentes tonalidades. Elas vão emitir luz branca durante as horas de trabalho, luz azul durante a manhã ou quando for importante que os astronautas acordem por causa de uma emergência, e luz vermelha para ajudá-los a dormir. a Scientific American diz que a Boeing vai desenvolver as novas luzes, que deverão ser instaladas até 2015.
Lockley, que conduziu o estudo da luz azul de Marte, também vai observar a eficácia das novas luzes. Enquanto isso, a Philips recentemente anunciou sua nova lâmpada Hue, que pode ser trocada para luz azul ou vermelha usando um smartphone. Então é possível que essas luzes sejam usadas na Terra também, e não só no espaço.
A SciAm também destaca que as razões da insônia dos astronautas são muitas, que vão desde a diferença das centrais de comando de Houston e Moscou até o barulho constante. As novas luzes não vão resolver nada disso, infelizmente. [SciAm]