Ciência

Estudo descobre exame de sangue que detecta Alzheimer com 90% de precisão

O exame de sangue mede a proteína tau 217 e outro biomarcador sanguíneo para Alzheimer, beta-amiloide 42/40

Um novo estudo publicado esta semana pelo JAMA Neurology descreveu um novo exame de sangue combinado para declínio cognitivo. Ele pode detectar perda de memória causada por Alzheimer com 90% de precisão. Na prática, o valor é de 17% a mais do que o diagnóstico correto de neurologistas e outros especialistas em memória.

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A pesquisa acompanhou mais de mil pessoas com idade média de 74 anos em avaliações cognitivas em clínicas na Suécia. O teste mediu nos participantes a proteína tau 217 e outro biomarcador sanguíneo para Alzheimer, a beta-amiloide 42/40.

De acordo com o Dr. Sebastian Palmqvist, coautor do estudo, os “aumentos nas concentrações de p tau-217 no sangue são bastante profundos na doença de Alzheimer”. “No estágio de demência da doença, os níveis são mais de oito vezes maiores em comparação com idosos sem Alzheimer”, disse em e-mail à CNN.

No Alzheimer, os emaranhados tau se acumulam na parte do cérebro responsável pela memória. Além disso, pequenos aglomerados de placas amiloides podem se reunir nas sinapses e interferir na capacidade de comunicação das células nervosas. Ademais, elas também podem superestimular o sistema imunológico, desencadeando inflamação capaz de causar mais danos ao cérebro.

“É um belo marcador para Alzheimer”, acrescentou a Dra. Maria Carrillo, diretora científica da Alzheimer’s Association. “Se você não tem amiloide presente, você não tem Alzheimer. Se você tem tau elevado em seu cérebro, no entanto, então sabemos que é um sinal de outro tipo de demência”, explicou.

Novo exame pode aprimorar tratamento para Alzheimer

Também segundo Carrillo, após serem totalmente examinados, esses exames de sangue podem “mudar o jogo na velocidade com que podemos conduzir testes de Alzheimer e chegar ao próximo medicamento novo”. No entanto, o teste ainda precisa ser confirmado por PET scan ou punção lombar.

Os especialistas afirmam que alguns dos remédios mais novos para demência, como lecanemab e donanemab , têm como alvo o beta-amiloide. Eles são considerados menos eficazes em pessoas com patologia tau avançada.

Como os depósitos de amiloide podem começar a se acumular no cérebro décadas antes do início dos sintomas, aos 30 ou 40 anos, um diagnóstico precoce pode ser essencial para tratamento preventivo e mudanças no estilo de vida, como aderir a uma dieta mediterrânea.

“Geralmente, tanto os testes tradicionais de papel e caneta quanto as avaliações cognitivas digitais não são altamente precisos na identificação específica da doença de Alzheimer”, disse o coautor do estudo, Dr. Oskar Hansson. Ele é professor e consultor sênior de neurologia na Universidade de Lund, na Suécia.

“Na verdade, entre 20% e 30% dos pacientes atendidos por especialistas tomam medicamentos ou têm outras condições médicas que podem imitar a doença de Alzheimer”, completou.

Além disso, se os médicos não detectarem essas imitações durante o exame inicial, pessoas sem o mal de Alzheimer podem obstruir as listas de espera para tratamento.

Dessa forma, o uso de ​​exames de sangue precisos pode reduzir o tempo de espera dos pacientes. Assim, a redução seria de quase seis anos para entre seis e 13 meses. Isso de acordo com um estudo apresentado na Conferência Internacional da Alzheimer’s Association, no domingo (28).

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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