Novo PCR faz diagnóstico igual ao de laboratório em 23 minutos

Pesquisadores anunciam equipamento de PCR capaz de identificar Covid-19 e outros vírus com mais precisão em menos tempo
Imagem: Rover Diagnostics/Nature/Reprodução

Estamos perto de dizer adeus à demora nos resultados de testes PCR (Proteína C-reativa) e RT-PCR (Proteína C-reativa Reversa), mais conhecidos depois da Covid-19.

Pesquisadores da Universidade de Columbia e da startup Rover Diagnostics anunciaram um equipamento capaz de fornecer resultados de teste PCR em 23 minutos – muito menos que qualquer outro do mercado. O estudo foi publicado na revista científica Nature, na segunda-feira (25). 

O sistema Rover PCR é um equipamento de menos de 2kg de fácil transporte e que pode ser usado por qualquer pessoa. Além de Covid-19, ele possui uma “sensibilidade direcionada”. Ou seja, pode detectar outras doenças infecciosas, como a gripe, bactérias estreptococos e outros vírus de diagnóstico rápido. 

A criação vem na esteira da dificuldade e demora para conseguir testes de Covid-19 mais precisos durante a pandemia. O PCR é o padrão ouro no diagnóstico molecular de material genético, como vírus ou DNA humano. E, diferente dos testes rápidos, que ficam prontos em 15 minutos, esse método costuma ser concluído entre 12 a 24 horas. O motivo: costuma depender da análise de técnicos especializados em laboratórios com uma instrumentação volumosa e, principalmente, cara. 

“Nosso objetivo era criar algo que pudesse estar em locais onde há dificuldade em conseguir resultados rápidos, como farmácias e empresas”, disse Samuel Sia, integrante do estudo. 

O que o estudo descobriu

Para reduzir os custos e o tempo do exame, a startup Rover Diagnostics criou uma plataforma de exame que usa técnicas de preparação de amostras para diagnóstico no próprio local de atendimento e uma nova abordagem de ciclo térmico.

Em resumo, os resultados aparecem após 23 minutos porque o sistema Rover usa o aquecimento infravermelho de nanopartículas plasmônicas dentro dos frascos para identificar o vírus. É diferente do sistema tradicional de PCR, que aquece a amostra pelo lado externo dos frascos de amostra. 

Isso, segundo os pesquisadores, é o que faz toda a diferença. “Isso deve transformar o fornecimento de diagnósticos clínicos moleculares rápidos e precisos em ambientes descentralizados”, disse Mark Fasciano, CEO da startup.

“A ciclagem térmica, essencial para os testes de DNA e RNA, agora pode ser acelerada. Por isso, médicos e pacientes não terão que esperar tanto pelos resultados”, completou. A startup trabalha para comercializar o equipamento em breve.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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