Conhecido por seus efeitos surpreendentes no auxílio no emagrecimento, cientistas estão estudando outro possível benefício do Ozempic: ajudar a diminuir o consumo de álcool.
O consumo de álcool é impulsionado pelas propriedades recompensadoras do álcool. O que em humanos se correlaciona com um aumento da disponibilidade do neurotransmissor dopamina em uma região do circuito de recompensa cerebral, chamada de núcleo accumbens (NAc).
O GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), presente no Ozempic, é um hormônio gastrointestinal incretina importante no contexto do metabolismo da glicose e no tratamento da diabetes tipo 2.
Este hormônio é liberado no intestino delgado após a ingestão de alimentos e estimula a liberação de insulina no pâncreas em resposta a um aumento da glicose sanguínea.
Dessa forma, o Ozempic diminui a vontade não apenas de alimentos gordurosos, mas também bebidas alcoólicas e nicotina.
Um estudo feito com ratos na Universidade do Texas (EUA) demonstrou o papel do sistema GLP-1 como um potencial para o tratamento do alcoolismo. Observou-se que ratos dependentes de álcool apresentaram uma redução no consumo quando submetidos a intervenções com o medicamento.
Embora os resultados sejam promissores, é preciso ter cautela. Ainda existem diversas variantes desconhecidas, que demandam anos de pesquisa aprofundada.
Cuidado com falsificações
O sucesso do Ozempic é tanto que golpistas estão vendendo versões não oficiais do remédio. O Ozempic é um medicamento indicado para o tratamento da diabetes tipo 2, mas que explodiu em vendas devido seu efeito emagrecedor.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada pela farmacêutica. A Novo Nordisk avisou sobre a circulação no Brasil de um lote falsificado do medicamento.
Antes, as falsificações estavam restritas à Europa, que relatou que vários países identificaram as unidades fraudulentas, todas etiquetadas em alemão.
De acordo com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), as canetas de Ozempic falsificadas possuem números de lote, códigos de barras e números de série exclusivos, como nas embalagens genuínas.
Porém, quando escaneadas, as embalagens falsas revelam que os números de série são inativos. Além disso, a aparência da caneta aplicadora também é diferente nos medicamentos falsos, facilitando a identificação da fraude.