O novo robô com inteligência artificial da Estação Espacial Internacional é bem legal
Apresentamos o CIMON, um robô flutuante do tamanho de uma bola de basquete que servirá como companhia e assistente a membros da tripulação a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Equipado com inteligência artificial, o robô flutuante lembra o HAL, de 2001: Uma Odisseia no Espaço, mas muito menos malvado. Esperamos.
Nesta sexta-feira (29), a SpaceX lançou com sucesso um foguete Falcon 9 reciclado a partir do Cabo Canaveral, na Flórida, carregando cerca de 2,7 toneladas de carga até a ISS. Além de entregar camundongos geneticamente idênticos, café supercafeinado e outros suprimentos, a cápsula CRS-15 Dragon carrega o CIMON, o primeiro companheiro de voo interativo a participar de uma missão na ISS.
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Uma vez a bordo, o CIMON — Crew Interactve MObile companioN — irá auxiliar a tripulação em suas várias atividades. O objetivo desse projeto ploto é ver se um robô com inteligência artificial pode melhorar a eficiência e o moral da equipe durante missões mais longas, incluindo uma possível missão até Marte.
Além disso, atividades e tarefas realizadas por membros da tripulação da ISS estão começando a ficar mais complicadas, portanto, uma IA poderia ajudar. O CIMON não tem braços ou pernas, então não pode oferecer ajuda em tarefas físicas, mas ele tem uma interface de usuário de idioma, permitindo que os membros da tripulação se comuniquem verbalmente com o robô. Ele pode exibir instruções de reparos em sua tela e até mesmo procurar objetos dentro da ISS. Com uma carga de trabalho reduzida, os astronautas poderão sentir menos estresse e ter mais tempo para relaxar.
CIMON com sua equipe de desenvolvimento antes do lançamento. Imagem: DLR
O CIMON foi construído pela Airbus sob um contrato concedido pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR, na sigla em alemão). Ele tem 12 ventiladores internos, que permitem que o robô se mova para todas as direções enquanto flutua na microgravidade. O CIMON consegue se mover livremente e realizar movimentos rotacionais como mexer a cabeça de um lado para o outro, em desaprovação. O sistema de IA de idioma e compreensão do CIMON é derivado do Watson, da IBM, e responde a comandos em inglês. O CIMON custou menos de US$ 6 milhões para ser construído e levou menos de dois anos para ser desenvolvido.
O projeto piloto será liderado pelo astronauta do DLR Alexander Gerst, que chegou à ISS há cerca de um mês. O CIMON já está familiarizado com o rosto e a voz de Gerst, então consegue trabalhar melhor com ele, pelo menos inicialmente. O astronauta alemão usará o CIMON para ver se o robô aumentará sua eficiência à medida que trabalha em diversos experimentos.
De fato, com o CIMON flutuando por perto, os astronautas poderiam facilmente chamar o robô para ajudar, o que podem fazer só de chamar seu nome. Eles podem pedir que o CIMON mostre documentos e mídias em seu campo de visão ou que grave e reproduza experimentos com sua câmera embutida. Em geral, o robô deve acelerar tarefas na ISS que requerem trabalho manual.
O robô redondo não tem bordas afiadas, então não é uma ameaça ao equipamento ou à tripulação. Se ele começar a se esquivar, a fazer sua melhor imitação de HAL-9000 e dizer algo como “sinto muito, Alexander, receio que eu não possa fazer isso”, o robô vem equipado com um interruptor para encerrar as atividades. Mas esperamos que não chegue a isso; diferentemente do HAL, o CIMON foi programado com uma personalidade ISTJ, ou seja “introvertido, sensível, pensativo e julgador”.
Seus desenvolvedores escolheram um rosto para torná-lo mais pessoal e relacionável, e ele é capaz até de sentir o tom da conversa da tripulação. O CIMON sorri quando o clima está otimista e franze a testa ou chora quando as coisas estão tristes. Ele supostamente se comporta como o R2D2 e consegue até mesmo citar filmes de ficção científica famosos como E.T. – O Extraterrestre.
Imagem conceitual de como a interface do CIMON pode se parecer em alguns anos. Imagem: 2001: A Space Odyssey
O CIMON foi convidado abertamente a permanecer na ISS e provavelmente vai melhorar ao longo de sua estadia, recebendo atualizações de software por meio da nuvem da IBM.
Imagem do topo: DLR