Um vídeo divulgado nesta semana mostra um projeto para dizer, no mínimo, ousado. O “Sky Cruise”, ideia do criador de conteúdo de ciência e tecnologia Hashem Al-Ghaili , baseado em pinturas do artista Tony Holmsten.
É um vasto avião movido a energia nuclear capaz de acomodar 5 mil passageiros em luxo e que não necessitaria pousar. A nave seria impulsionada por 20 motores elétricos e alimentada por um pequeno reator nuclear, que usaria uma reação de fusão controlada.
Al-Ghaili é um “comunicador científico” de 31 anos do Iêmen, que hoje vive em Berlim, na Alemanha. Tem mais de 15 milhões de seguidores em sua página no Facebook, a Science Nature Page.
Mas a divulgação do projeto abriu um questionamento: até onde os argumentos de Al-Ghaili têm fundamento? O projeto será viável um dia? Ou é apenas uma espécie de “divagação fundamentada”? Assista o vídeo e depois acompanhe os argumentos:
O navio teria uma torre de observação em forma de disco montada no topo do avião, de onde os hóspedes poderiam ver as paisagens do céu acima das nuvens e a natureza de cima. Teria vários bares e restaurantes, piscinas, toboáguas, cinemas, teatros e até um local de casamento onde os convidados podem se casar no céu. O hotel voador seria pilotado por inteligência artificial.
O vídeo se tornou viral em poucas horas, com mais de 3,5 milhões de visualizações no Facebook e mais de um milhão no YouTube. Provavelmente, mexeu com a cabeça dos apaixonados por aviação, mas trata-se apenas de conceito de avião.
Pelo menos dois sites: The Focus e Cruisehive levantaram questões sobre a viabilidade do hotel voador que nunca pousa. O artigo do The Focus chama o projeto de “Flytanic”, numa alusão ao famoso navio Titanic, e aponta comentários feitos no vídeo do YouTube.
“Se a física e a aerodinâmica não existissem, essa embarcação poderia realmente decolar”, diz um desses comentários.
Já o Cruisehive cita as aspas do próprio Al-Ghaili para “colocar os pés no chão” do projeto Sky Cruise.
“Embora interessante, o criador do vídeo compartilha alguns insights sobre a realidade do projeto: ‘em um futuro muito distante, os humanos dominarão a fusão nuclear controlada. A busca por energia ilimitada finalmente terá sucesso. Reatores nucleares que podem caber dentro de um avião serão possíveis. Alguém disse uma vez: “Qualquer coisa pode voar se tiver energia suficiente'”.
O texto do site dá um quase veredito. “Então, por enquanto, vamos nos ater apenas ao cruzeiro no mar, proporcionando diversão mais do que suficiente sem recorrer a aviões voando sob motores a jato movidos a energia nuclear pilotados por inteligência artificial”.