Tecnologia

O metaverso morreu?

Conceito que se expandiu durante a pandemia passa por grande transformação e, embora esteja fora dos holofotes, ainda recebe grande investimentos
Imagem: Unsplash/Reprodução

Há cerca de dois anos, antes do frenesi em torno da inteligência artificial, a principal tendência do mercado de tecnologia era o metaverso. Sua base são experiências digitais impulsionadas pelas tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada. 

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Na época, as principais empresas do segmento chegaram a desembolsar cifras bilionárias para tomar a dianteira na corrida pelo metaverso. A empresa chefiada por Mark Zuckerberg, por exemplo, alterou o nome que vinha usando desde 2003, Facebook, para Meta, uma forma de demonstrar todo comprometimento com o desenvolvimento da ideia.

Em que pé está o metaverso?

Atualmente, o termo raramente é mencionado pelas big techs e, de certa forma, parece ter caído no esquecimento. No entanto, aparentemente o metaverso não morreu. Na verdade, conforme alguns especialistas defendem, o conceito está em apenas em processo de transformação e evolução.

Desde que as primeiras empresas começaram a investir na tendência, além da construção de ambientes digitais imersivos, uma das principais preocupações era o desenvolvimento de soluções de hardware que proporcionassem uma experiência verdadeiramente imersiva. 

Para o metaverso, os headsets de realidade virtual, aumentada ou mista — que combina as duas anteriores — são fundamentais. Desde 2022, quando o conceito estava em alta, muitos avanços tecnológicos aconteceram, com dispositivos cada vez mais poderoso e sofisticados sendo apresentados ao mercado.

O termo “computação espacial” está aos poucos subistiuindo o “metaverso”

Um exemplo disso é o Vision Pro, que teve suas vendas iniciadas no primeiro semestre deste ano. O produto, embora não seja exatamente perfeito, é extremamente competente no que se propõe a fazer e, entrega uma experiência bem próxima da visão mais romântica a respeito do metaverso.

Claro, a experiência ainda está longe do ideal, ainda mais considerando que o dispositivo carece de aplicativos e softwares imersivos, o que é fundamental para seu sucesso. Além disso, o headset carece de alguns ajustes que proporcionem maior conforto durante o uso, mas ele, inegavelmente, é um passo importante para a concretização da visão dos entusiastas de metaverso.

Recentemente, a Meta apresentou o surpreendente projeto Orion, que tem a mesma finalidade doo Vision Pro, mas oferece um design muito mais refinado. Ao invés de um enorme headset, a empresa entregou um óculos AR leve e que aparenta ser muito mais confortável para usar.

O produto construído em carboneto de silício não esquenta, o que garante conforto durante o uso. No entanto, o material é extremamente caro, o que inviabiliza a produção em larga escala do produto. Para se ter uma ideia, cada uma das mil unidades do Orion custou o equivalente a US$ 10 mil (R$ 54 mil) para ser produzida.

Com a chegada do Vision Pro, a Apple popularizou o termo computação espacial, que aos poucos vem conseguindo um espaço maior e substitui aos pouco o termo metaverso. Ao invés de desaparecer, o conceito está na verdade passando por um processo de transformação que deve torná-lo cada vez mais sólido e menos abstrato.

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Se desenvolveu durante a pandemia

O metaverso se popularizou durante a pandemia de Covid-19. Onde, impossibilitadas de sair de casa para conter a disseminação do vírus, as pessoas passaram a gastar muito mais tempo em interações em plataformas online. A promessa de grandes figuras da tecnologia, como Zuckerberg, naquele momento, estavam muito distantes da realidade e, conforme o tempo foi passando, as pessoas passaram a perder a fé no conceito.

Agora, após todo o “hype” e longe dos holofotes, o metaverso, finalmente pode ter um desenvolvimento mais calcado na realidade. Mas ainda está um pouco distante de estar presente no dia a dia das pessoas. Principalmente por conta do preço do hardware, que deve demorar um pouco para atingir níveis mais acessíveis.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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