“O Protetor 3”: entre ser bom ou mau, Denzel Washington escolhe ser justo
Denzel Washington voltou a ser o vigilante Robert McCall em “O Protetor 3”. O último filme da franquia com o ex-agente da CIA chega aos cinemas brasileiro no próximo dia 5 de outubro.
O Giz Brasil assistiu “O Protetor: Capítulo Final” antes e conta as impressões da nova aventura do destemido McCall. Siga abaixo.
Novo Ritmo
O ex-agente Robert McCall (Denzel Washington) está passando sua nova aventura na Sicília, Itália. A primeira cena já dá o cartão de visita que conhecemos do personagem: ele é capaz de oferecer um banho de sangue com a delicadeza de tomar um vinho na taça. Mesmo que tenha corpos ao redor numa fazenda suspeita.
Mas “O Protetor 3” nos mostra nesse início o lado mais vulnerável do vigilante diferente do apego aos dois primeiros filmes. Um diálogo com um menino é capaz de marcá-lo e ditar um novo ritmo.
Prazer, Robert
Denzel Washington experimenta uma vida nova ao seu personagem ao longo do filme. Acolhido pelo médico Enzo (Remo Girone), ele conhece a pequena cidade italiana de Altomonte. O lugar é caricato com pratos típicos, idosos conversando e crianças brincando na rua de paralelepípedos. Ah, claro, tem uma igreja católica tradicional.
Logo, nosso justiceiro passa a questionar se é um bom ou mau homem — mesmo com as opiniões dos fãs da franquia “O Protetor” dando bons números de bilheteria nos filmes anteriores e entoando um “sim”.
A pacata comunidade italiana é capaz de mexer com Robert McCall e simpatizar quem assiste. Os passeios aos locais, o cotidiano e as amizades construídas com o policial Gio (Eugenio Mastrandrea), o vendedor Angelo (Daniele Perrone) e a garçonete do sempre presenta café Aminah (Gaia Scodellaro) ficam raízes através de diálogos carregados de sutilezas.
Por fim, o doutor Enzo parece ser a persona do local, trazendo as reflexões para McCall ao mesmo tempo que o acolhe sem o conhecer.
Não falta ação em “O Protetor 3”
Porém, não pense que só de chás da tarde que o ex-agente da CIA passará seus dias de aposentado. A máfia local controla a vida dos vizinhos de McCall e ele logo passa a ter um conflito interno: proteger como sempre fez ou frear-se?
Uma das saídas é ligar para a jovem gente Emma. Ela vai à Itália e conhece McCall — mesmo ele já sabendo muito sobre ela.
É um reencontro entre Denzel Washington e Dakota Fanning. Juntos em “Chamas da Vingança”, de 2004, a relação deles agora é misteriosa. Mas, na vida real, é de amizade sincera, como contou a atriz.
” Conheço o Denzel há muito tempo. Uma de suas filhas é uma das minhas amigas mais próximas, então sempre estive por dentro de tudo o que ele tem feito”, comentou Dakota à Sony.
Agora a relação na trama guarda um segredo que costura o terceiro longa aos dois primeiros da franquia.
De quem McCall irá proteger Altomonte?
Os vilões da vez se dividem em dois: Marco (Andrea Dodero) é um líder da gangue enquanto Vincent (Andrea Scarduzio) atua como o magnata da máfia. O último é o irmão mais velho que saber ser cruel e elegante.
Acostumados a vermos Denzel em cenas frenéticas, uma sequência reserva a ironia dele ser protegido pelos oprimidos e suas formas de lutar — ainda que a cena não justifique um movimento do padre.
O último ato é a violência orquestrada que conhecemos, mas ainda ficamos admirados. Mas com um toque de mistério pela noite e pela calma de McCall.
O confronto com Vincent é prenunciado por uma sentença de morte que vem como se caísse do céu. E em sintonia com os moradores de Altomonte, lugar que acolheu Robert McCall.
Mesmo previsível no enredo, o roteiro de Richard Wenk é mais organizado e objetivo do que o segundo filme de “O Protetor”. Aliado a isso, a atuação de Denzel Washington, vencedor de dois Oscar, nos presenteia com banhos de sangue leves fermentados à reflexão e ironia sutil de Robert McCall.
“O Protetor: Capítulo Final” tem direção de Antoine Fuqua.A distribuição é da Sony Pictures Entertainment.