O Brasil já confirmou 3.324 casos de febre do Oropouche em 2024, segundo dados atualizados na última terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde. Em todo o ano de 2023, o país soma ao menos 832 casos, o que evidencia o avanço silencioso da doença.
Em geral, a região norte é a mais afetada. O estado do Amazonas lidera o ranking de maior número de casos, com 2.575 registros. Em seguida, estão Rondônia (592), Acre (110), Pará (29) e Roraima (18).
Embora esteja quase sempre restrita aos estados do norte do Brasil, desta vez a doença já atingiu estados do nordeste, do sudeste e também o Mato Grosso do sul, no centro-oeste.
A febre do Oropouche é parte da lista de doenças de notificação compulsória, uma vez que possui potencial de se tornar uma epidemia. Por causar sintomas parecidos com o da dengue, uma equipe do Ministério da Saúde foi enviada ao Acre para revisar os diagnósticos.
Veja abaixo a faixa etária mais afetada pela doença em 2024.
Sobre a febre do Oropouche
Há mais de 50 anos presente no Brasil, o vírus da febre do Oropouche foi identificado pela primeira vez durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Chamado de OROV (Orthobunyavirus oropoucheense), ele é um arbovírus, assim como aqueles que causam a dengue e a chikungunya.
Isso significa que o OROV também é transmitido tendo mosquitos como vetor. No caso da febre do Oropouche, são os insetos conhecidos como maruim (Culicoides paraensis e Culex quinquefasciatus) que costumam transmitir a doença
Assim como a dengue e a chikungunya, os sintomas da febre do Oropouche são dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, dor nas costas e lombar, náusea e diarreia. Além disso, a pessoa apresenta uma febre de início súbito.
Esses sinais tendem a durar de dois a sete dias, período em que é possível realizar um teste RT-PCR para identificar a presença do vírus OPOV no organismo. Como não há tratamento específico para a febre do Oropouche, os pacientes devem tratar os sintomas em acompanhamento com médico e permanecer de repouso.
Prevenção da doença
A transmissão acontece por mosquitos, e por isso autoridades sanitárias afirmam que a melhor prevenção é evitar a proliferação e as picadas dos vetores. As recomendações são as seguintes:
- Remover objetos com água parada que possam ser possíveis criadouros de mosquitos;
- Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível;
- Usar roupas que cubram a maior parte do corpo;
- Aplicar repelente nas áreas expostas da pele.