O que é a “neve submarina” e como ela pode ajudar na busca de vida extraterrestre
O planeta Júpiter tem 79 luas conhecidas. Entre elas, destaca-se Europa, um mundo rochoso que possui um oceano em seu interior. A água está abaixo de uma camada de gelo com 15 a 25 quilômetros de espessura.
Em outubro de 2024, a NASA deve lançar ao planeta a espaçonave Europa Clipper, que deverá penetrar no gelo e observar se o oceano da lua poderia abrigar vida. Porém, a quantidade de sal presente na concha gelada pode afetar a profundidade com que o equipamento poderá adentrar nela.
Por conta disso, pesquisadores da Universidade do Texas em Austin, nos EUA, resolveram investigar as formas de congelamento da água lunar que fica sob a concha, o que pode ajudar a decodificar sua composição. O estudo completo foi publicado na revista Astrobiology.
Na Terra, a água interior pode se congelar de duas formas: gerando gelo congelado ou frazil. O gelo congelado cresce diretamente sob a plataforma de gelo, enquanto o frazil se forma como flocos de gelo na água do mar super-resfriada que flutuam para cima, alcançando a superfície fria. Basicamente, é como uma neve submarina.
Ambos as formas são conhecidas por formar gelo com muito menos sal do que o oceano abaixo. Porém, o frazil é ainda mais puro, podendo conter 99% menos sal em certas condições. Os cientistas acreditam que a lua Europa seja formada por boa parte dele, o que ajudaria na missão da agência espacial americana.
Por enquanto, não há amostras da Europa para confirmar, mas a equipe acredita que os sais do oceano sejam semelhantes àqueles presentes na Terra. A composição das plataformas de gelo da Antártica poderiam servir como base para o estudo dos cientistas.