O equinócio de outono é um fenômeno astronômico fascinante que marca a transição do verão para o outono no hemisfério sul e do inverno para a primavera no hemisfério norte. Este ano, o evento acontece nesta quarta-feira (20) e promete deixar as temperaturas mais amenas.
Tudo sobre o equinócio de outono
A palavra “equinócio” vem do latim “aequus”, que significa igual, e “nox”, que significa noite. Isso reflete o fato de que, durante o equinócio, o dia e a noite têm aproximadamente a mesma duração.
O equinócio de outono especificamente ocorre quando o Sol cruza o equador celeste, movendo-se do hemisfério norte para o sul. Este é o momento exato em que o centro do Sol, em sua órbita aparente, passa pelo equador da Terra.
Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional, explica que durante o equinócio, a Terra não tem inclinação em relação ao Sol. O que significa que os raios solares incidem diretamente sobre o equador. Como resultado, tanto o hemisfério norte quanto o sul recebem a mesma quantidade de luz solar.
Após o equinócio de outono, os dias começam a ficar mais curtos e as noites mais longas no hemisfério sul, enquanto o oposto ocorre no hemisfério norte.
“Durante o verão os raios solares incidem diretamente sobre o hemisfério sul. À medida que vamos nos aproximando da chegada do outono, os raios solares já estão mais voltados para o equador terrestre. E as temperaturas ficam mais amenas”, explica Josina.
“No hemisfério sul, nós vamos caminhar para o inverno e à medida que forem passando os dias durante o outono, nós vamos sentir as temperaturas ficando mais baixas. Há outros efeitos climáticos de acordo com cada localidade, mas o efeito astronômico é esse”.
O que esperar o outono de 2024 no Brasil?
O equinócio de outono tem implicações significativas para o clima e o meio ambiente. À medida que os dias se tornam mais curtos e as noites mais longas, há uma redução gradual na temperatura, levando às características climáticas do outono.
O outono é a estação de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central. Neste período, as chuvas são mais escassas no interior do Brasil, em particular no semiárido nordestino.
A previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que na parte norte das regiões Norte e Nordeste, ainda é época de muita chuva. Principalmente se houver a persistência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atuando mais ao sul de sua posição climatológica.
Esta estação também é caracterizada por incursões de massas de ar frio, oriundas do sul do continente, que provocam o declínio das temperaturas do ar, principalmente na Região Sul e parte da Região Sudeste.
Durante a estação, observam-se as primeiras ocorrências de fenômenos adversos, típicos do outono, como: nevoeiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; geadas nas regiões Sul e Sudeste e em Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e nos planaltos da Região Sul e friagem no sul da Região Norte e nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Assim como na Região Norte, a continuidade da chuva mais irregular nestas áreas está associada aos impactos do El Niño e aquecimento anômalo das águas do oceano Atlântico Tropical Norte.