O que é o mal da “vaca louca”, registrado no Pará

Versão "atípica" da doença costuma ser diagnosticada em bovinos mais velhos, que apresentam sinais como nervosismo, medo e apreensão
Vaca louca: entenda a doença diagnosticada no Pará
Imagem: Feliphe Schiarolli/Unsplash/Reprodução

A detecção de um caso de mal da “vaca louca” no Pará levou nesta quinta-feira (23) à suspensão temporária das exportações de carne para a China. 

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A doença, também conhecida como encefalopatia espongiforme bovina, foi confirmada pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). O animal infectado tinha nove anos de idade e vivia em uma pequena propriedade no município de Marabá.

O local foi isolado pelas autoridades e amostras foram enviadas a um laboratório no Canadá para confirmar se a forma da doença é clássica ou atípica. Os sintomas, no entanto, apontam para a segunda possibilidade.

O que é o mal da “vaca louca”?

A doença é causada pelo acúmulo no tecido nervoso de uma proteína infecciosa chamada príon, que já está naturalmente presente no cérebro de humanos e outros animais. Em sua versão clássica, a doença é transmitida pela ração contaminada, que pode ter sido feita com produtos obtidos de seres infectados.

Já na versão atípica, a doença ocorre de forma espontânea. Ela costuma ser diagnosticada em bovinos mais velhos, que apresentam sinais como nervosismo, medo e apreensão. As vacas também podem enfrentar dificuldades para andar e ranger dos dentes.

A última vez em que o Brasil registrou um caso da doença foi em setembro de 2021, em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT). Tratava-se também de animais com idade avançada que haviam desenvolvido o quadro atípico. Não são diagnosticados casos clássicos do mal da “vaca louca” no país há mais de 20 anos.

Os animais afetados morrem entre duas semanas e seis meses após o início dos sintomas. Não há tratamento ou vacina para o mal da “vaca louca”, sendo necessário sacrificar e incinerar o gado infectado para que não haja risco de outros animais consumirem sua carne e adoecerem.

Há perigo para os humanos?

Assim como o gado, os humanos também possuem a proteína príon no cérebro. Logo, também podem desenvolver naturalmente uma doença degenerativa, a qual recebe o nome de Creutzfeldt-Jakob (DCJ).

A ingestão de partes contaminadas do cérebro, da medula cervical, da tonsila ou de tecidos do fundo do olho de bovinos também pode causar a doença. No entanto, como informou o G1, o comércio dessas peças de carne é proibido pelo Ministério da Agricultura desde o final da década de 1990.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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