Cientistas descobriram como transformar qualquer coisa em touch usando tinta spray condutora
Smartphones e tablets com touchscreen são tão intuitivos que até bebês podem facilmente aprender a usá-los. Então por que não pode um objeto qualquer ser transformado em um touchscreen? Tudo, de guitarras a gelatina, pode em breve virar touchscreen, graças aos cientistas da Carnegie Mellon University que inventaram um jeito de usar tinta em spray condutora para transformar quase qualquer objeto em um touchpad.
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A tela touchscreen do seu smartphone carrega uma pequena corrente elétrica que é interrompida sempre que o seu dedo, que conduz a eletricidade para fora, a toca. Ao detectar onde a perda de carga ocorreu na tela, o smartphone pode descobrir onde você tocou. Os cientistas do Human-Computer Interaction Institute, da Carnegie Mellon University, tiveram uma abordagem similar com sua nova tecnologia experimental chamada Electrick, que é detalhada nesta pesquisa.
Por objetos aleatórios como guitarras não serem projetados para carregar uma corrente elétrica, eles primeiro precisam ser cobertos com uma tinta em spray condutora, filmes especiais ou outros materiais que permitam conduzir eletricidade. Mas não o bastante para dar um choque em quem tocar no objeto, somente o suficiente para permitir que uma série de eletrodos sejam colocados ao redor do objeto para detectar quando um dedo humano fez contato, reconduzindo um pouco dessa corrente para o solo. Nesse caso, os pesquisadores usaram uma tinta de carbono condutor em aerossol que foi desenvolvida para reduzir o acúmulo estático ou bloquear sinais de frequência de rádio em aparelhos eletrônicos sensíveis.
A técnica usada para transformar essa tinta em spray em um touchscreen é chamada de tomografia de campo elétrico e funciona ao mandar uma carga elétrica através de apenas dois dos eletrodos por vez, então medindo a carga recebida por todos os outros. Quaisquer mudanças na carga medida podem ser usadas para calcular onde um humano está fazendo contato com o objeto. A abordagem não é tão precisa quanto um touchscreen de smartphone, mas os pesquisadores descobriram que eles podem calcular a localização de um dedo com a precisão de cerca de um centímetro.
O que é mais importante aqui, no entanto, é que superfícies de touchscreen não precisam mais ser pequenas e planas. Os pesquisadores de Carnegie Mellon conseguiram transformar uma placa de gesso de 1,20 m por 2,40 m em uma superfície de touch, e até mesmo um cérebro humano recriado em gelatina foi capaz de responder aos toques humanos usando uma abordagem barata do Electrick. Ele vai substituir a tecnologia usada em smartphones e tablets? Provavelmente não, mas pode pavimentar o caminho para todo o resto de sua casa responder da mesma forma que os seus dispositivos móveis.
[Yang Zhang: Electrick via Carnegie Mellon University]
Imagem do topo: Reprodução