Estes óculos de realidade aumentada conseguem projetar imagens na sua visão
Você já ouviu falar de Ralph Osterhout? Ele é conhecido como a versão real de “Q”, personagem dos livros e filmes de James Bond que cria gadgets sofisticados para o espião. Na verdade, Osterhout desenvolveu veículos submarinos para dois filmes de James Bond. Ele também é o cara que encolheu os óculos de visão noturna para um tamanho que soldados poderiam usar.
Agora, o Osterhout Design Group está de volta com um novo concorrente para o Google Glass. Os ODG Smart Glasses são basicamente um tablet Android que você pode usar em seu rosto, com um chip rápido Snapdragon 805.
Em vez de uma tela sensível ao toque, você tem um HUD transparente, equivalente a uma tela 3D de 55 polegadas flutuando a 2,5 m de seu rosto.
Ele possui duas microtelas 720p, então você poderia usá-lo como seu cinema 3D particular – assim como o headset Sony HMZ, mas sem os cabos. Ele também possui câmera de 5 megapixels e uma batelada de sensores, então você poderá usá-lo para o que desenvolvedores de apps para realidade aumentada imaginarem no futuro.
O anel wireless para controle; também há um touchpad óptico nos próprios óculos.
Até agora, a empresa diz que passou seis anos desenvolvendo os óculos, a um custo de US$ 60 milhões. Curiosamente, em março de 2014, a Microsoft comprou patentes da empresa por US$ 150 milhões.
Como de costume, a pegadinha sobre este tipo de produto é que o software ainda não chegou lá. (Esses óculos também parecem um pouco estranhos.) Eu vi uma demonstração bem rudimentar em uma visita aos escritórios da ODG em San Francisco.
Uma versão básica do Android me permitia navegar, girando a cabeça, por um panorama em 3D da famosa cúpula de granito no Parque Nacional de Yosemite.
Em outra demonstração, a câmera dos óculos se fixava a marcadores para transformar um mapa topográfico plano em uma cadeia de montanhas 3D com imagens sobrepostas de um drone.
Eu fiquei intrigado com tudo isso porque essas demonstrações estavam em um hardware real, que já está sendo vendido. A ODG já distribuiu milhares de unidades dos óculos R-6: eles pesam 155 g, custam US$ 5.000 cada e são usados até pelo Departamento de Defesa dos EUA. A empresa afirma que pode trazer uma versão para consumidores que custe menos de mil dólares.
Óculos R-6 reforçados; não é a versão para consumidores
Os óculos que eu experimentei não eram particularmente confortáveis. O campo de visão parecia estreito, os óculos eram um pouco pesados, e eles ficaram estranhamente quentes na minha testa enquanto rodavam as demonstrações. Toda a borda frontal do robusto R-6 atua como um dissipador de calor para resfriar o sistema eletrônico.
Mas, ao mesmo tempo, esses óculos pareciam feitos com mais consideração, muito mais próximos de um produto real – mais do que gadgets semelhantes que eu já experimentei. As hastes se dobram, para que ele possa caber em um estojo. O suporte para o nariz é ajustável. Se você precisar de lentes corretivas, basta encaixá-las, assim como fones de ouvido que se prendem magneticamente.
Há um par de baterias de 650 mAh embutidas nas hastes; a empresa diz que elas podem durar mais de um dia de uso em muitas tarefas. Em aplicações mais intensas de realidade aumentada, a bateria dura apenas uma hora, mas a empresa oferece uma bateria externa com módulos trocáveis de bateria.
“Será que as pessoas vão andar na rua e usar isso 24 horas por dia?”, diz Pete Jameson, diretor de operações da ODG – e depois balança a cabeça com um “não”. “Mas as pessoas vão comprar esses óculos para uma tarefa específica, por um período específico de tempo.” Ou seja, talvez James Bond iria usá-los para uma missão, mas não para tomar uma vodka martini no bar.