Olhos azuis são mais eficientes para ver no escuro, diz estudo
Muito se especula sobre uma possível sensibilidade que pessoas com olhos claros sentem quando estão sob luz intensa. Embora essa ideia já tenha sido descartada pela ciência, um novo estudo levantou outra hipótese: a de que olhos azuis conseguem enxergar melhor no escuro.
Por enquanto, a pesquisa é apenas uma preprint. Isso significa que seus dados ainda não passaram por revisão de outros pesquisadores, a fim de confirmar as conclusões do experimento.
Sobre a íris e a cor dos olhos
A íris é o tecido ocular que contém pigmentação e que dita o tamanho da pupila de acordo com a luz em um ambiente, de forma a coordenar a quantidade de luz que entra no olho. Contudo, sua cor é independente da regulação da pupila. Ela é definida geneticamente, pela combinação de cromossomos com genes recessivos.
Em geral, a íris possui cinco camadas e, entre as células nela presentes, estão os melanócitos. Essas estruturas possuem a melanina, pigmento que absorve luz e está associado à variação da cor dos olhos humanos.
Geralmente, os olhos de cor marrom possuem duas formas de melanina em abundância: a eumelanina, um pigmento marrom, e a feomelanina, um pigmento vermelho e amarelo. Já os olhos azuis contêm pouca melanina.
O que diz a nova pesquisa
Entre a população europeia, a despigmentação da íris é bastante comum. No entanto, os autores do novo estudo relatam que ainda não está claro porque a cor azul da íris surgiu e persistiu na Europa.
Pensando nisso e em argumentos que sugerem vantagens adaptativas dos olhos azuis, eles testaram se há diferença na capacidade de ver em condições de pouca luz entre indivíduos de olhos azuis e castanhos.
Na pesquisa, 40 pessoas participaram de testes oculares em que a iluminação crescia constantemente. Como resultado, eles identificaram que os participantes com olhos azuis tinham significativamente melhor capacidade de ver em iluminação mais baixa após um curto período de adaptação.
Agora, os pesquisadores alegam que mais estudos são necessários para determinar dois aspectos. Primeiramente, a associação específica entre o conteúdo de melanina e a alta capacidade de percepção visual em condições de pouca luz. E, em seguida, se a capacidade de enxergar melhor no escuro pode ser realmente atribuída à cor da íris, e não à pigmentação de outras áreas do olho.