Ciência

Ondas de calor crescem mais de 600% em 30 anos no Brasil

Dados indicam que houve aumento gradual das anomalias de ondas de calor nas últimas décadas em praticamente todo o Brasil
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Não é só impressão: está mesmo mais quente viver no Brasil. Os registros das chamadas ondas de calor aumentaram 642% nos últimos 60 anos no país.

É o que indica um estudo feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento estimou que o número de ondas de calor saltou de 7 para 52 em 30 anos. Os cálculos consideram todo o território brasileiro, entre os anos de 1961 e 2020.

Os especialistas estabeleceram 1961 a 1990 como período de referência. Em seguida, efetuaram análises segmentadas sobre o que aconteceu com o clima para três períodos: 1991-2000, 2001-2010 e 2011-2020.

Assim, entre 1991 e 2000, as anomalias positivas de temperatura máxima, em comparação ao período de referência, não passavam de cerca de 1,5°C. Porém, atingiram 3°C em alguns locais para o período de 2011 a 2020, especialmente na região nordeste e proximidades.

Mapa mostra que número de dias com ondas de calor era de sete e ampliou para 52 dias. Imagem: Inpe/Reprodução

No período de referência, a média de temperatura máxima no nordeste era de 30,7°C e sobe, gradualmente, para 31,2°C em 1991-2000, 31,6°C em 2001-2010 e 32,2°C em 2011-2020.

Enquanto houve queda na taxa média de precipitação, com variações entre –10% e –40% do nordeste até o sudeste e na região central do Brasil, foi observado aumento entre 10% e 30% na área que abrange os estados da região sul e parte dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Os dados indicam que houve aumento gradual das anomalias de ondas de calor ao longo do período analisado em praticamente todo o Brasil. Excluindo apenas a região sul, a metade sul do estado de São Paulo e o sul do Mato Grosso do Sul.

Assim, no período de referência, o número de dias com ondas de calor não ultrapassava sete. Já no período de 1991 a 2000 subiu para 20 dias; entre 2001 e 2010 atingiu 40 dias. Por fim, de 2011 a 2020, o número de dias com ondas de calor chegou a 52 dias.

O estudo considerou dados observacionais de 1.252 estações meteorológicas, sendo 642 estações manuais e 610 automáticas. Para os dados de precipitação, foram ao todo um total de 11.473 pluviômetros.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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