O instrumento, de 7,7 kg, permite realizar explorações espaciais com menor gasto de energia — sem comprometer a precisão das amostras planetárias e atividades biológicas. Ele combina duas ferramentas: o laser ultravioleta pulsado que remove pequenas quantidades de material e o scanner “Orbitrap”, que fornece dados de alta resolução sobre sua química.
O scanner, feito para uso comercial, segundo o autor Ricardo Arevalo, pesa cerca de 181 kg. “Levamos oito anos para fazer um protótipo que pudesse ser usado com eficiência no espaço – significativamente menor e com menos recursos, mas ainda capaz de fazer ciência de ponta”, relatou.
Os estudiosos “encolheram” o Orbitrap com espectrometria de massa de dessorção a laser (LDMS), tornando-o mais fácil de guardar em uma sonda espacial. Mas, por enquanto, a técnica ainda não deixou o Planeta Terra.
Para que serve o laser Orbitrap LDMS?
Entre outros benefícios, suas análises de superfícies e substâncias planetárias também são menos intrusivas, diminuindo as chances de contaminação ou danos em relação aos métodos atuais. O laser também permite acessar compostos maiores e mais complexos, com mais chance de estarem associados à vida .
Isso porque compostos orgânicos menores podem vir de fonte abiótica (não viva), como aminoácidos, por exemplo, que podem estar em meteoritos. Enquanto isso, “moléculas maiores e mais complexas, como proteínas, têm maior probabilidade de terem sido criadas ou associadas a sistemas vivos”, completa Arevalo.
O mini Orbitrap pode servir para missões no sistema solar externo, como Enceladus Orbilander, na lua de Saturno. Ou para a exploração da superfície lunar do Programa Artemis, da NASA. A previsão é de que, nos próximos cinco anos, o equipamento vá para um alvo planetário no espaço.