Órgão dos EUA considera bloquear o Facebook de se fundir com o Instagram e o WhatsApp

FTC, a Comissão Federal de Comércio, considera melar os planos do Facebook de juntar sua infraestrutura com a do WhatsApp e do Instagram.
Letreiro do Facebook em uma parede cinza.
Getty Images

A FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA) está considerando travar o plano do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, de fundir sistemas de backend do Facebook, WhatsApp e Instagram com o argumento de que isso poderia prejudicar a competição, segundo reporta o Wall Street Journal.

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O plano em questão foi apresentado por Zuckerberg como uma forma de facilitar a interação entre os serviços e aumentar a segurança ao implementar criptografia de ponta a ponta, mas a nova iniciativa veio também quando a pressão de autoridades antitruste federais dos EUA aumentou no sentido de fazer algo contra a dominância da gigante das mídias sociais em múltiplos mercados de tecnologia. A fusão dos três serviços poderia dar ao Facebook uma abertura para argumentar que eles agora são interdependentes, e de que seria impossível dividi-los novamente.

A FTC e o Departamento de Justiça dos EUA já estão investigando o Facebook como parte de uma revisão federal mais ampla sobre se grandes empresas como ela, Amazon, Google e Apple estão agindo de forma anticompetitiva. No início deste ano, o órgão multou o Facebook em US$ 5 bilhões por violações antigas à privacidade de usuários, uma medida que dois comissários democratas que integram o conselho de administração da FTC consideraram extremamente inadequados por não causar grande dano. A investigação mais recente pode prejudicar muito mais o Facebook, com a conversa sobre examinar aquisições como a do Instagram e do WhatsApp — mas apenas se a FTC estiver disposta a dar um golpe mais duro na empresa desta vez.

De acordo com o Wall Street Journal, fontes disseram que as preocupações de que a fusão dos três serviços poderia prejudicar a concorrência online, bem como a desconfiança de que o Facebook poderia estar evitando a lei antitruste, estimularam o debate interno na FTC sobre se pedir uma injunção judicial para impedir a companhia de avançar. A medida exigiria que a maioria dos comissários da FTC concordasse, além de exigir que a agência entrasse com uma ação judicial federal. Seria também um sinal de que a FTC tomaria uma ação mais robusta desta vez, embora só o tempo confirmará isso ou não.

“As vantagens são que isso move as coisas e as forçam a tomar uma decisão judicial muito rapidamente”, disse o professor de direito da Universidade Columbia Tim Wu ao WSJ. “Diferente de uma investigação antitruste que dura cinco anos….os ônus da prova podem ser maiores para o governo, mas se eles tiveram um bom caso, pode ser vantajoso”.

Logo depois disso, a FTC estava considerando entrar com um processo para impedir a quebra da fusão, as ações do Facebook tiveram uma queda de quase 3%, passando de US$ 201 para US$ 196. As flutuações de ações de curto prazo estão longe de ser um indicador confiável do que ocorrerá com uma empresa no longo prazo. Há um ano, as ações da empresa valiam US$ 144,50 e subiram apesar da série interminável de crises da companhia.

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