Ouça o som do Big Bang
O professor de física John Cramer, da Universidade de Washington, recebeu uma pergunta inusitada de um garoto: o som do Big Bang está gravado em algum lugar?
Cramer respondeu que não, e decidiu recriá-lo. Isso aconteceu há dez anos; mas, com novos dados sobre o Big Bang divulgados em março, agora temos um som mais fiel. Ouça abaixo como deve ter sido o Big Bang.
Para recriar este som, Cramer usou dados da radiação cósmica de fundo, o resquício do Big Bang que preenche o universo.
Em um artigo, ele mostra que as variações de temperatura nessa radiação, na verdade, são o som do Big Bang. Assim, ele inseriu esses dados no programa Mathematica e os converteu em som. O físico fez isso em 2003, e você pode ouvir o som neste link.
Este ano, Cramer teve a oportunidade de “atualizar” o som: em março, a sonda espacial Planck forneceu o mapa mais detalhado que temos do universo (imagem acima). A sonda consegue distinguir variações de temperatura na radiação de fundo em alguns milionésimos de grau.
Com os novos dados, temos o som acima. Ele representa o som do período entre 380.000 e 760.000 anos após o Big Bang. Cramer ajustou o som para refletir a expansão do universo, e aumentou a frequência em 10^25 vezes para que o som pudesse ser ouvido por humanos.
Graças ao Planck, da Agência Espacial Europeia, agora sabemos que o universo é mais velho do que se pensava: sua idade é de 13,81 bilhões de anos. E graças a John Cramer, agora temos uma ideia de como era o som do início do universo. [John Cramer via Physorg via The Verge; UOL Ciência]
Imagem por JPL/NASA