Autoridades africanas estão considerando instalar painéis solares flutuantes sobre a Barragem de Kariba, com o objetivo de otimizar a produção de energia. O local abriga o maior lago artificial do mundo em volume e fica na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbábue, no sul da África.
A construção da barragem foi finalizada no final da década de 1950, e se tornou em uma importante fonte de energia local. Ao todo, o lago possui um volume 180 km³, tem área de 5.400 km². Suas ilhas são também um importante ponto turístico.
Em entrevista ao Bloomberg, o diretor-executivo da concessionária ZRA (Autoridade do Rio Zambeze), Munyaradzi Munodawafa, disse que pretende usar os painéis solares para complementar os mais de 2.100 megawatts de capacidade que a atual hidrelétrica já possui.
Nos últimos anos, a seca prolongada tem gerado um uso excessivo da barragem de Kariba. No início deste ano, por exemplo, o nível da água baixou para menos de 1% do armazenamento. A hidrelétrica de atender à demanda de eletricidade.
Munodawafa ressalta que as mudanças climáticas já afetam a produção de energia, não apenas no Lago Kariba, mas também em hidrelétricas vizinhas.“Existem muitas áreas que podem fornecer essa energia solar na África”, disse ele.
Na prática, o uso de painéis solares flutuantes traz a vantagem de reduzir a evaporação dos corpos d’água, bem como reduzir a demanda por terras úteis para instalar essas infraestruturas. Além disso, o efeito de resfriamento da água poderia ajudar a aumentar o desempenho dos painéis.
Outros países, como Índia e Cingapura, também planejam construir projetos que incluem o uso painéis solares flutuantes de grande escala. Contudo, o diretor da ZRA explica que a concessionária ainda está avaliando os custos de instalação dos painéis solares sobre a barragem de Kariba.