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Países da América Latina enfrentam surto de gripe aviária

Cientistas temem que o vírus H5N1, comumente transmitido apenas entre animais, sofra mutações e passe a afetar humanos

Surto de gripe aviária atinge Peru e Equador

Imagem: Thomas Iversen/Unsplash/Reprodução

Desde 2020, a gripe aviária tem atingido diversos países ao redor do globo. Nos últimos dois anos o vírus H5N1 foi detectado em mais de 70 países, sendo 18 desses inéditos para a doença.

O Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC) está considerando o surto atual como o maior da doença já visto na Europa. Países próximos ao Brasil também foram atingidos, como é o caso da Colômbia, México, Peru e Equador. 

As duas últimas nações citadas foram afetadas recentemente. No Peru, por exemplo, mais de 13 mil aves marinhas, principalmente pelicanos, morreram em decorrência do vírus.

No Equador, por sua vez, foram afetados cerca de 263 milhões de frangos e 16 milhões de galinhas poedeiras – destinadas a produção de ovos. Para evitar o espalhamento do vírus, 180 mil aves de granjas afetadas foram sacrificadas. 

Além disso, foi decretada no país uma emergência de saúde animal que deve persistir por 90 dias. Neste período, produtos e subprodutos de origem aviária como ovos, galinhas e frangos dos locais afetados não poderão ser comercializados.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, Luizinho Caron, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, disse que o Brasil deveria acender um “alerta laranja” em relação a possível chegada da doença. 

A gripe aviária é transmitida de animal para animal através do contato com a secreção de aves contaminadas. Não há cura e grande parte dos atingidos acaba morrendo em poucos dias. 

A transmissão do vírus de animais para humanos já foi registrada, embora isso seja raro. Porém, os cientistas temem que a alta propagação do H5N1 permita uma mutação que o torne infeccioso para a população geral.

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