Parkinson: exames oculares detectam sinais da doença até 7 anos antes

Imagens da retina podem indicar sinais associados ao desenvolvimento da doença, permitindo diagnósticos precoces
Parkinson: exames oculares detectam sinais da doença até 7 anos antes
Imagem: Swapnil Potdar/ Unsplash/ Reprodução

Exames oculares podem revelar sinais de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, esclerose múltipla e esquizofrenia. Agora, pela primeira vez, pesquisadores conseguiram identificar sinais nestes exames que indicam a doença de Parkinson — até anos antes do diagnóstico.

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A retina é a única maneira não invasiva de visualizar camadas de células abaixo da superfície da pele. Por isso, exames oculares vêm sendo utilizados nos estudos de algumas condições, em uma nova área de estudo chamada “oculômica”.

Desta vez, um grupo de cientistas da University College London e do Hospital Moorfields Eye trabalhou analisando diversas imagens de tomografias de coerência óptica (OCT). O exame 3D oferece imagens de alta resolução da retina, com detalhes de até um milésimo de milímetro.

Durante o estudo, os pesquisadores treinaram Inteligência Artificial com dados de bancos de imagem de retina de pessoas com e sem Parkinson. O objetivo era identificar marcadores que indicam a presença da doença neurodegenerativa.

Os resultados confirmaram que tanto a INL (camada nuclear interna) quanto a GCIPL (camada de plexo nuclear interno de células ganglionares) mais finas estão associadas a um maior risco de desenvolver a doença de Parkinson. 

Este e outros marcadores identificados indicam a presença da doença, em média, sete anos antes da apresentação de sintomas. O artigo, publicado na revista Neurology, é parte do maior estudo sobre imagens da retina na doença de Parkinson até o momento.

O potencial de dados oculares

A grande vantagem é que o exame OCT já é amplamente utilizado em clínicas oftalmológicas. Por isso, é mais barato e mais rápido do que os exames cerebrais. A ideia é que estes exames e marcadores sejam utilizados para encontrar sinais precoces da doença. 

Assim, é possível que as pessoas consigam mudar seus estilos de vida para prevenir a condição, que médicos tentem atrasar o início dos impactos da doença na vida do paciente e que cientistas busquem novos tratamentos.

“Embora ainda não estejamos prontos para prever se um indivíduo desenvolverá a doença de Parkinson, esperamos que esse método em breve possa se tornar uma ferramenta de triagem prévia para pessoas em risco de doença”, afirmou Dr. Siegfried Wagner, que liderou o estudo, em comunicado. No entanto, mais estudos ainda são necessários.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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