6 dicas para não passar mal com jogos em primeira pessoa

Devido a conflitos sensoriais, muitas pessoas passam mal com jogos em primeira pessoa, mas há maneiras de "enganar" o cérebro e evitar isso.
Crédito: Unsplash

Você provavelmente conhece, ou talvez você mesmo seja, alguém que não consegue ler quando está em um carro, ônibus ou qualquer outro veículo em movimento porque passa mal. Acontece que isso não se limita apenas à leitura, mas também ocorre com algumas pessoas que tentam jogar games em primeira pessoa, mesmo quando sentados no conforto de suas casas.

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Apesar de não haver exatamente um consenso sobre o que causa esse mal-estar, a teoria mais popular diz que o problema está no conflito sensorial. Ou seja, o seu cérebro recebe informações “contraditórias” e não consegue lidar muito bem com elas.

No caso da leitura no carro, por exemplo, seus olhos estão focados em um livro, indicando que  está parado. Porém, o seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e senso de movimento, capta os estímulos externos do veículo em movimento e diz ao cérebro que você está, na verdade, em movimento. Esse conflito de informações é o que gera tontura, náuseas, transpiração, dor de cabeça e, em alguns casos, até vômito.

O mesmo ocorre com os games, mas de forma contrária. Os jogos em primeira pessoa, principalmente os mais realistas, fazem com que seus olhos vejam movimentos que, teoricamente, são feitos por você. O seu ouvido interno, por outro lado, não capta nada, apenas a tranquilidade da sua casa estática.

Infelizmente, ainda não há evidências científicas que provem que é possível pode se livrar dessa condição definitivamente. Se o problema é com leitura, basta esperar chegar em algum lugar para ler sem o conflito sensorial. Para quem é fã de games, por outro lado, isso pode ser um grande problema, já que o mal-estar surge quando você está simplesmente tentando jogar em sua casa ou na de um amigo.

A boa notícia é que existem algumas formas de driblar essa confusão do cérebro, seja para diminuir a intensidade dos sintomas ou até mesmo evitar que eles apareçam com o tempo. O Popular Science reuniu uma série de dicas, que nós resumimos abaixo:

Comece aos poucos

Com a frustração de não conseguir jogar por muito tempo sem passar mal, muitas pessoas tentam ignorar os sintomas e se forçam a continuar o máximo que puderem. No entanto, isso apenas sobrecarrega os seus sentidos.

De acordo com o Popular Science, Séamas Weech, pesquisador de pós-doutorado na McGill University, aconselha começar com sessões curtas. Assim que você sentir os primeiros sintomas, pare de jogar por um tempo e só retorne quando o mal-estar passar. Assim, você vai treinando o seu cérebro aos poucos. Se isso vai realmente funcionar e em quanto tempo, vai depender da sua experiência prévia com videogames e o título que você está jogando.

Escolha a tela certa

A tela em que você está jogando também pode contribuir para o mal-estar. O ideal é que ela não seja nem muito grande e nem muito pequena. No caso das TVs e monitores grandes, o problema é que elas ocupam quase todo o nosso campo de visão, promovendo uma maior sensação de imersão. Se optar por uma tela menor, será possível enxergar outros elementos que vão ajudar o seu cérebro a lembrar que você está parado em uma sala – o que coincide com a informação enviada pelo seu ouvido interno.

Outra opção, caso não tenha uma tela menor, é simplesmente aumentar a sua distância entre ela, que causa o mesmo efeito. Vale ressaltar, porém, que telas muito pequenas, como de smartphones, também podem não ser uma boa ideia. No caso, é preciso forçar seus olhos para identificar os detalhes da imagem, o que pode acabar causando dores de cabeça.

Mantenha o ambiente iluminado

Os acessórios de iluminação, como as fitas LED, se popularizaram no último ano, principalmente com o TikTok. Porém, elas podem piorar o seu mal-estar durante suas sessões de jogo. Portanto, a melhor opção é utilizar uma lâmpada tradicional, que, além de cansar menos a sua vista, ajuda a lembrar que você está em sua casa e não em algum cenário apocalíptico.

Mantenha um ventilador e água gelada por perto

Pode parecer estranho, mas o cérebro pode ser facilmente enganado. Ao ficar perto de um ventilador ligado, você consegue criar a mesma sensação do vento batendo no rosto de quando você está caminhando na rua. Assim, você terá mais uma informação colaborando para as mensagens visuais de que a sua atividade envolve movimento. Já a água gelada ajuda a acalmar o estômago caso você comece a sentir náusea.

Esteja preparado

Além de preparar o ambiente, existem outras formas de você preparar o seu corpo para evitar ou lidar com esse desconforto também. Alguns estudos sugerem que o gengibre pode ajudar a aliviar náuseas, por exemplo. A intensidade desse efeito varia de pessoa para pessoa e, caso você esteja pensando em tomá-los em forma de suplemento, é importante consultar um médico. Você ainda pode optar por chás de gengibre ou até doces da raiz.

Outra técnica utilizada por alguns gamers são as pulseiras de pressão. O que elas fazem, basicamente, é aplicar pressão em um ponto na parte inferior do antebraço, próximo ao pulso. A teoria é que pressionar essa região constantemente pode aliviar sintomas como náuseas e tontura. Caso você não tenha essa pulseira, você mesmo pode pressionar esse ponto, mas vai ser um pouco difícil jogar com uma mão só.

E se nada disso funcionar?

Caso as opções acima falhem, talvez seja hora de mudar de jogo — pelo menos por enquanto. Os games em primeira pessoa e muito realistas são os que vão causar mais sintomas. Antes de desistir de um título, você ainda pode tentar mexer nas configurações para alterar a perspectiva do jogador, por exemplo, de modo a ver as costas do personagem em vez de apenas as mãos.

Telas com alta taxa de atualização também pioram os sintomas de náuseas. Por isso, você pode tentar diminuir os quadros por segundo ou ajustar as configurações da tela para diminuir a velocidade das imagens.

Por fim, se nada disso funcionar, o melhor mesmo será recorrer a outros jogos que tenham uma narrativa em terceira pessoa, jogos de quebra-cabeça, um título 2D mais vintage ou até mesmo o bom e velho Mario Bros. pré-Nintendo 64, conforme sugere o Popular Science. Eles podem não ser os games mais estimulantes do mundo, mas ajudarão a treinar o seu cérebro e melhorar a sua tolerância para que, aos poucos, você possa evoluir para jogos mais complexos.

[Popular Science]

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