Pesquisadores coletaram dados que revelam que o pequeno andorinhão-preto consegue voar por dez meses seguidos num ano, sem realizar nenhum pouso – um recorde na natureza.
• Finalmente sabemos como os pássaros não morrem ao dormir enquanto voam
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O andorinhão-preto é uma ave comum na Europa, onde passa dois meses para nidificar. Depois desse período eles voam em direção à África, mas nunca foram encontradas áreas com ninhos da espécie por lá. Finalmente sabemos o porquê.
Biólogos da Universidade de Lund, liderados por Anders Hedenström, capturaram alguns andorinhões-pretos no sul da Suécia e colocaram pequenos chips nos pássaros. Com isso, conseguiram coletar dados que revelam que as aves são capazes de voar por pelo menos dez meses consecutivos. As descobertas foram publicadas na revista Current Biology.
A pesquisa só foi possível graças a novos minúsculos componentes eletrônicos, super leves. Com eles, os cientistas puderam monitorar os andorinhões-pretos, que são muito pequenos.
“Três deles sequer tocaram o chão por dez meses”, disse Hedenström numa reportagem da New Scientist. “Outros fizeram pousos rápidos, por algumas noites, mas nunca por mais do que meio porcento do tempo total do período de migração.”
Uma das partes mais curiosas sobre essa descobertas é que ainda não entedemos completamente como as aves dormem nesses períodos. Assumindo que assim como todos os outros animais do planeta os andorinhões-pretos precisam de um pouco de sono, os cientistas acreditam que eles dormem enquanto voam. Algumas hipóteses apontam que as aves utilizam de uma estratégia semelhante com a do golfinho: desligam partes do cérebro para “dormir” enquanto os corpos continuam ativos.
Existe uma pequena chance de descobrirmos outro pássaro que voe tanto quanto o andorinhão-preto. Atualmente, a ave que possui o segundo lugar neste ranking é o andorinhão-real, que voa por seis meses inteiros e migra muito mais para o sul da África.
Imagem do topo: Flickr.com / sbern.