Peixe nasce fêmea e se transforma em macho nas profundezas das Maldivas

O bodião fada de véu rosa é uma espécie hermafrodita que vive entre 40 e 70 metros de profundidade nas águas do Oceano Índico; saiba mais sobre ele
Descoberto peixe das profundezas das Maldivas que nasce fêmea e se transforma em macho
Imagem: Yi-Kai Tea/California Academy of Sciences/Divulgação

As Maldivas são conhecidas por seus hotéis de luxo e praias exuberantes. Porém, nem só de turismo vivem as ilhas. A região é rica em biodiversidade e, nesse ano, chamou a atenção por revelar uma nova espécie: o bodião fada de véu rosa (Cirrhilabrus finifenmaa). 

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O peixe vive entre 40 e 70 metros de profundidade, no Oceano Índico, o que torna seu estudo difícil para os cientistas. Para chegar até o espécime, os pesquisadores tiveram que utilizar equipamentos de mergulho especializados que reciclam o ar exalado.

O aparelho, que elimina dióxido de carbono e libera oxigênio, permite que os mergulhadores alcancem até 100 metros de profundidade. Em alguns momentos, os pesquisadores precisam subir lentamente a superfície, o que faz o trabalho durar horas, mas vale a pena. 

A descoberta do bodião faz parte da iniciativa Hope for Reefs da Academia de Ciências da Califórnia, nos EUA, e contou com apoio do  Instituto de Pesquisa Marinha das Maldivas. Essa foi a primeira vez que um pesquisador das Maldivas descreveu uma nova espécie nativa da região. Mais detalhes sobre o animal estão publicados na revista científica ZooKeys.

O nome finifenmaa significa rosa na língua local Dhivehi. Além disso, a denominação faz referência a flor homônima de mesma cor tradicional das Maldivas

Peixe hermafrodita

Mas não é apenas a aparência do peixe que chama a atenção. Assim como todas as espécies de bodiões, o bodião fada de véu rosa é um hermafrodita sequencial, o que significa que ele nasce com determinados órgãos reprodutores e muda de sexo biológico ao longo da vida. 

Os bodiões se encaixam no hermafroditismo protogínico, ou seja, necessariamente nascem fêmeas e tornam-se machos. Para algumas espécies dessa família, a mudança ocorre quando o macho de uma colônia morre, sendo necessário que a fêmea adote o papel dominante e assuma seu lugar.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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